"Um dos nossos comboios que viajou para Timbuktu no dia 21 de novembro atingiu uma mina. Três soldados da paz foram feridos, um gravemente", disse hoje a Minusma na sua conta oficial na rede social Twitter, onde também condenou "veementemente" o incidente.
Não foram divulgados mais pormenores sobre o incidente, pelo que a nacionalidade dos soldados é, para já, desconhecida.
As minas e dispositivos explosivos improvisados (IED) são uma das armas de eleição dos terroristas que têm operado no país desde 2012.
Estes dispositivos causaram a morte de 76 soldados da paz desde o início da missão em 2013, incluindo quatro chadianos em outubro, acrescentou a missão da Organização das Nações Unidas (ONU).
"Desejamos [aos feridos] uma rápida recuperação e reafirmamos a nossa determinação em continuar a implementar o nosso mandato", salientou a missão na sua mensagem.
Com cerca de 12.000 soldados destacados no Mali, a Minusma é a missão da ONU com o maior número de baixas no mundo nos últimos anos. Desde a sua criação em 2013, 181 dos seus membros já morreram em atos hostis.
Num relatório da Minusma foram apontados 245 ataques de IED, em 2021, e 134 em 2022, ambos contabilizados durante os primeiros oito meses de cada ano. Estes ataques resultaram em 103 mortes em 2021 e 72 em 2022, na sua maioria soldados mas também civis.
Vários grupos terroristas operam no Mali, nomeadamente os filiados da Al-Qaida e do grupo extremista Estado Islâmico. Além disso, a violência intercomunitária aumentou, num contexto marcado por golpes de Estado em agosto de 2020 e maio de 2021.
O país, pobre e sem litoral, enfrenta desde 2012 a propagação do extremismo e da violência de todos os tipos, mas também uma grave crise política e humanitária. Centenas de milhares de pessoas estão deslocadas devido ao conflito.
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