Supremo britânico nega à Escócia segundo referendo para independência

O caso foi iniciado pela procuradora-geral escocesa (Lord Advocate), Dorothy Bain, a pedido do governo autónomo liderado pelo Partido Nacional Escocês (Scottish National Party, SNP), que invoca um direito "fundamental e inalienável" à autodeterminação.

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Notícias ao Minuto
23/11/2022 10:16 ‧ 23/11/2022 por Notícias ao Minuto

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Escócia

O governo escocês não vai poder realizar referendo para se tornar independente sem o consentimento de Westminster - governo do Reino Unido -, em Londres,  de acordo com a Lei da autonomia do país de 1998, referiu o Supremo Tribunal britânico esta quarta-feira.

É a segunda vez que a Escócia pede para legislar a realização de um referendo sobre a independência da província britânica a pedido do governo autónomo. 

"A Lei da Escócia confere ao Parlamento escocês poderes limitados. Em particular, o Parlamento escocês não tem poderes para legislar em relação a assuntos que estão reservados ao Parlamento do Reino Unido em Westminster", disse Robert Reed, na sentença lida hoje pelo presidente do tribunal de tribunal de última instância.

A Escócia, província britânica, queria realizar o referendo em 19 de outubro de 2023. O caso foi iniciado pela procuradora-geral escocesa (Lord Advocate), Dorothy Bain, a pedido do governo autónomo liderado pelo Partido Nacional Escocês (Scottish National Party, SNP), que invoca um direito "fundamental e inalienável" à autodeterminação.

A primeira-ministra escocesa e líder do Partido Nacional Escocês (SNP), Nicola Sturgeon, tinha ameaçado concorrer às próximas eleições legislativas com um programa centrado nesta única proposta, para que o resultado seja considerado um plebiscito ao projeto.

A Escócia e a Inglaterra estão politicamente unidas desde 1707, mas em 1999 a Escócia passou a ter o próprio parlamento e governo em Edimburgo, sendo estes responsáveis por políticas de saúde pública, educação, agricultura, segurança e outros assuntos.

O Governo do Reino Unido, sediado em Londres, controla matérias como a defesa, política externa, imigração e política fiscal.

Respondendo ao argumento do Partido Nacional Escocês (SNP) de que o direito à determinação faz parte da lei internacional, o tribunal entende que só se aplica a casos de antigas colónias ou territórios oprimidos por ocupação militar estrangeira, ou quando um povo é impedido de "prosseguir o seu desenvolvimento político, económico, cultural e social". 

"Não é a situação da Escócia", vincou, concluindo que a proposta de legislação para organizar um referendo "está de facto relacionado com matérias reservadas" ao Governo britânico sediado em Westminster. 

O Executivo britânico tem recusado até agora autorizar uma repetição da consulta realizada em 2014, quando 55 por cento dos eleitores rejeitaram a independência.

O SNP argumenta que a saída britânica da União Europeia (UE) justifica uma repetição do referendo à independência porque o 'Brexit' foi aprovado por 52% dos britânicos mas rejeitado por 62% dos escoceses.

A primeira-ministra escocesa e líder do Partido Nacional Escocês (SNP), Nicola Sturgeon, pretendia realizar o referendo em 19 de outubro de 2023. 

Antecipando o possível insucesso desta iniciativa, o SNP ameaça concorrer nas próximas eleições legislativas com um programa centrado nesta única proposta, para que o resultado seja considerado um plebiscito ao projeto.

As próximas eleições gerais do Reino Unido não têm data, mas terão de realizar-se até ao fim de janeiro de 2025 o mais tardar.

Em 2019, o SNP ganhou 48 dos 59 assentos parlamentares, com 45% dos votos na Escócia. 

Nas eleições regionais de 2021, o SNP foi o mais votado pela quarta vez consecutiva, mas ficou aquém da maioria absoluta, aliando-se aos Verdes para formar uma maioria pró-independência na assembleia de Holyrood. 

Os Partidos Conservador, Trabalhista e Liberal Democrata são contra a fragmentação do Reino Unido. 

Leia Também: Reino Unido. Nicola Sturgeon junta-se a vozes que pedem eleições

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