Um surto de gripe das aves matou, este ano, nos Estados Unidos, 50,54 milhões de aves. Números que fazem deste o surto mais mortal da história do país, segundo dados divulgados esta quinta-feira pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês).
Este é o pior desastre de saúde animal dos EUA até hoje, superando o recorde anterior de 50,5 milhões de aves que morreram vítimas de um surto de gripe aviária em 2015.
A morte de galinhas, perus e outras aves deve-se a infeções que podem atingir bandos inteiros. Grupos, note-se, que podem ultrapassar o milhão de aves em quintas. Segundo avançou o Departamento de Agricultura, citado pela Reuters, as aves são abatidas para controlar a propagação da doença uma vez que uma delas dá positivo.
O surto nos EUA começou em fevereiro e infetou bandos de aves domésticas e não avícolas em 46 estados, segundo dados do USDA. Aves silvestres, como patos, transmitem o vírus, conhecido como 'influenza aviária altamente patogênica' (HPAI), por meio das fezes, penas ou contacto direto com outas aves.
“As aves selvagens continuam a espalhar HPAI por todo o país à medida que migram, portanto, evitar o contato entre bandos domésticos e aves selvagens é fundamental para proteger as aves domésticas dos EUA”, disse Rosemary Sifford, diretora veterinária do USDA.
Em 2015, cerca de 30% dos casos foram atribuídos diretamente às aves selvagens, em comparação com 85% neste ano, disse o USDA à Reuters.
O surto não é, no entanto, exclusivo dos EUA, onde se avizinha o Dia de Ação de Graças, em que a tradicional ementa é o peru no forno. Também a Europa e o Reino Unido estão a sofrer graves crises de gripe das aves, levando mesmo alguns supermercados britânicos a racionar as compras de ovos.
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