Reservistas russos "pressionados a lutar com doenças crónicas sérias"
Os serviços secretos britânicos voltaram a salientar a enorme falta de preparação das forças russas, especialmente dos homens mobilizados a partir de setembro por ordem de Vladimir Putin.
© Stringer/Anadolu Agency via Getty Images
Mundo Rússia/Ucrânia
O Ministério da Defesa do Reino Unido voltou a vincar a falta de preparação das forças russas e o impacto da falta de meios na sua invasão na Ucrânia, alertando esta sexta-feira para o facto de os reservistas russos estarem provavelmente a lutar sob condições médicas graves.
Na sua atualização diária sobre a guerra na Ucrânia, os serviços secretos britânicos referiu que "a mobilização militar parcial", anunciada em setembro por Vladimir Putin, está a ser caracterizada por "confusão sobre elegibilidade para combater, treino e material inadequados e destacamento para missões de combate extremamente desgastantes".
No entanto, acrescenta o Reino Unido, se é verdade que "a maioria - se não todos - os reservistas mobilizados" já têm alguma experiência, os relatos obtidos pelos serviços de inteligência revelam que "os reservistas muito provavelmente não estão a ter o seu estatuto de saúde revisto adequadamente, e muitos estão a ser pressionados a lutar com condições de saúde crónicas sérias".
Latest Defence Intelligence update on the situation in Ukraine - 25 November 2022
— Ministry of Defence 🇬🇧 (@DefenceHQ) November 25, 2022
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De recordar que, em setembro, o presidente russo Vladimir Putin anunciou uma 'mobilização militar parcial' de reservistas, para compensar as enormes baixas na guerra na Ucrânia. No entanto, os próprios propagandistas do regime denunciaram várias situações em que civis sem experiência militar foram chamados para lutar, e em algumas regiões houve mesmo protestos contra a mobilização.
Todos estes fatores estão a contribuir para um acelerado avolumar das baixas russas e, nos últimos dias, as mortes de soldados têm-se registado com maior ênfase na região de Lugansk, nomeadamente perto de Svatove e, dizem os britânicos, o Kremlin "irá provavelmente ficar preocupado que um crescente número de famílias de reservistas estejam preparadas para arriscar a prisão para protestar contra as condições nas quais os seus parentes estão a combater".
Conforme foi noticiado no início da semana, os russos passaram a considerar a cidade de Svatove como uma "prioridade política", comprometendo os poucos meios disponíveis na defesa da linha da frente na região. No entanto, acrescenta o relatório do Reino Unido, "os reservistas mobilizados estão provavelmente a sofrer baixas pesadas depois de se comprometerem a escavar ambiciosos sistemas de trincheiras" em Svatove.
Também em Donetsk, os soldados russos "têm sido mortos em grandes números nos ataques frontais à estabelecida zona defensiva ucraniana em torno da cidade de Bakhmut".
Segundo o governo ucraniano, já morreram na Ucrânia mais de 85 mil soldados russos - mais de 310 só na quarta-feira -, um valor que o Kremlin continua a não reconhecer.
O conflito na Ucrânia já fez quase 6.600 mortos civis, segundo os dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. No entanto, a entidade adverte que o real número de mortos poderá ser muito superior, devido às dificuldades em contabilizar os mortos em zonas sitiadas ou ocupadas pelos russos, como em Mariupol, por exemplo, onde se estima que tenham morrido milhares de pessoas.
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