Washington aprova venda de mísseis de precisão à Finlândia

O Governo dos Estados Unidos aprovou a venda de mais de 80 mísseis de precisão à Finlândia, num total de 323 milhões de dólares (cerca de 311 milhões de euros), divulgou esta segunda-feira o Departamento de Estado norte-americano.

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Lusa
29/11/2022 06:37 ‧ 29/11/2022 por Lusa

Mundo

Estados Unidos

Este país tradicionalmente não-alinhado, mas que se prepara para integrar a NATO, uma intenção manifestada em conjunto com a Suécia desde o início da invasão russa da Ucrânia, pretende adquirir 40 mísseis táticos e 48 bombas guiadas flutuantes para equipar a sua frota de caças aéreos.

Esta venda de equipamentos sensíveis teve que ser previamente aprovada pelo Governo americano, explicou o Departamento de Estado em comunicado.

O míssil AIM 9X Block II, conhecido como "Sidewinder", é um míssil ar-ar de curto alcance guiado por infravermelho produzido pela Raytheon.

A AGM-154 JSOW ("Joint standoff weapon") é uma bomba guiada flutuante de precisão de médio alcance, permitindo disparar a uma distância segura ("standoff"), também fabricada pela Raytheon.

"Esta proposta de venda fortalecerá a política externa e a segurança nacional dos Estados Unidos, aumentando a segurança de um parceiro de confiança, que é um importante contribuinte para a estabilidade política e o progresso económico do mundo", destacou ainda a administração liderada por Joe Biden.

Este armamento "melhorará as capacidades ar-ar e ar-terra da Finlândia", que "não terá dificuldade em integrá-las às suas Forças Armadas", concluiu o Departamento de Estado no comunicado.

Após a invasão russa da Ucrânia, a Finlândia e a Suécia apresentaram em maio uma proposta conjunta para ingressar na Aliança Atlântica, abandonando décadas de não-alinhamento militar.

A adesão, que deve ser aceite por unanimidade pelos 30 estados membros da NATO, foi ratificada por todos, incluindo por Portugal, com exceção da Turquia e da Hungria.

A primeira-ministra da Finlândia, Sanna Marin, lamentou no domingo os atrasos na ratificação da entrada da Finlândia e da Suécia na NATO, defendendo que o processo já deveria estar concluído.

Ancara acusa os dois países, com maior veemência a Suécia, de servirem de refúgio a militantes próximos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), bem como por albergarem representantes das Unidades de Proteção do Povo (YPG), ativas na Síria, que a Turquia considera como organizações terroristas.

Os turcos bloquearam a entrada dos dois países nórdicos na Aliança Atlântica desde maio e assinou um memorando de entendimento com Estocolmo e Helsínquia em junho, vinculando a adesão à luta contra os movimentos curdos e apoiantes nos dois países.

Já a Hungria adiou, na quinta-feira, a ratificação da adesão da Suécia e Finlândia para 2023. O parlamento húngaro irá pronunciar-se sobre essa matéria, votando-a "na sua primeira sessão" do próximo ano, declarou o primeiro-ministro nacionalista, Viktor Orbán.

Orbán garantiu, contudo, aos dois países do norte da Europa o seu apoio para se juntarem à NATO.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.655 civis mortos e 10.368 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: Governo ucraniano revela que forças russas já dispararam 16 mil mísseis

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