O antigo presidente e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, ameaçou, esta quarta-feira, que caso a NATO forneça sistemas de mísseis de defesa antiaérea Patriot à Ucrânia, a organização será “um alvo legítimo” para as forças armadas russas.
As declarações surgiram depois de o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, ter revelado, na terça-feira, que o fornecimento à Ucrânia de sistemas Patriot, pedidos pelo ministro das Relações Exteriores ucraniano à chegada da reunião em Bucareste, se encontra em “discussão”.
“Se, como sugeriu Stoltenberg, a NATO fornecer aos fanáticos de Kyiv sistemas Patriot, tornar-se-ão imediatamente um alvo legítimo para as nossas forças armadas. Espero que entendam isso”, disse Medvedev, na sua página da rede social Telegram.
O antigo presidente russo apontou ainda que, segundo o secretário-geral da NATO, “a Ucrânia vencerá como um estado independente soberano”, mas que o responsável “não disse nada sobre a sua integridade territorial”.
Nessa linha, Medvedev considerou que o país poderá sair vitorioso “nos novos limites bastante reduzidos da sua independência”, que serão determinados “na mesa de negociação”, ecoando as declarações de Stoltenberg, que afirmou que “maioria das guerras termina na mesa de negociação [e] muito provavelmente esta guerra vai também terminar na mesa de negociações”.
Contudo, este “progresso” fica ‘manchado’ pelo facto de “os novatos arrogantes da NATO se esquecerem facilmente dos golpes de estado cometidos pela sua organização em países soberanos em todo o mundo, dos chefes de estado depostos que foram legitimamente eleitos e das dezenas de milhares de civis assassinados - idosos, mulheres, crianças”.
O responsável acusou ainda a entidade de se esquecer do “fornecimento de armas para toda a ralé e regimes extremistas”, assim como da “impunidade dos líderes da Aliança do Atlântico Norte pelas atrocidades cometidas”.
“Afinal, desde o momento de sua formação, a NATO provou repetidamente a sua essência corporativa puramente fechada, agindo no interesse de um punhado de países anglo-saxões e dos seus capangas. Ao mesmo tempo, não mais do que 12% da população mundial vive em países da NATO”, disse, razão pela qual atirou que “o mundo civilizado não precisa desta organização”, que se deve “dissolver como entidade criminosa”.
“Nem mesmo o Pontífice máximo será capaz de absolvê-los dos seus pecados”, lançou.
Lançada em 24 de fevereiro, a ofensiva russa na Ucrânia já causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram 6.655 civis desde o início da guerra e 10.368 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.
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