"É superagressivo para os nossos negócios", alertou o chefe de Estado francês, durante um almoço com congressistas no Capitólio.
Os grandes subsídios decididos pelo Presidente norte-americano, na importante medida económica e social chamada Lei de Redução da Inflação (IRA) são "supreagressivos para as nossas empresas", realçou Macron durante o encontro, segundo um jornalista da France-Presse (AFP) presente na sala.
"Coloque-se no meu lugar", referiu o governante francês a congressistas, acrescentando: "Você pode resolver o seu problema, mas vai piorar o meu" com essa agenda.
Para Macron estes investimentos faraónicos podem "matar muitos empregos" na Europa, caso não exista uma melhor coordenação transatlântica.
"Ninguém me contactou quando o IRA estava em negociações", insistiu, apelando para que seja "respeitado como um bom amigo".
A França vê com preocupação o desinibido patriotismo económico demonstrado pelo Presidente democrata americano, com o lema "Made in USA" ["Produzido nos Estados Unidos].
Joe Biden pretende, em particular, impulsionar o setor dos veículos elétricos, com o objetivo de aumentar o emprego industrial, a transição energética e a competição tecnológica com a China.
O plano lançado por Joe Biden prevê quase 375 mil milhões de dólares (368,9 mil milhões de euros) em programas climáticos e de energia destinados a ajudar o país a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em cerca de 40% até 2030.
O pacote será financiado, em grande parte, por aumentos de impostos, incluindo um novo imposto sobre recompras de ações de empresas e um imposto mínimo de 15% para empresas com lucros muito elevados.
Em relação ao ambiente, o projeto de lei injetará quase 375 mil milhões de dólares ao longo da década, o que para os consumidores significa benefícios fiscais para a compra de veículos elétricos.
Na companhia da sua mulher, Emmanuel Macron vai encontrar-se com membros da comunidade francesa nos EUA, após uma tradicional cerimónia no Cemitério Nacional de Arlington.
Emmanuel e Brigitte Macron estarão com Joe e Jill Biden num jantar íntimo, longe da formalidade prevista pela Casa Branca para esta quinta-feira, pois receberá o Presidente francês entre tiros de canhão, com um encontro na sala Oval e com um jantar de gala.
Do ponto de vista norte-americano, a visita de Estado espera virar de vez a página da grave crise diplomática do ano passado.
Em setembro de 2021, os Estados Unidos anunciaram uma nova aliança, AUKUS, com a Austrália e o Reino Unido, despertando a fúria da França, pois perdeu um "meganegócio" para a venda de submarinos em Canberra.
Além da questão do protecionismo comercial, Joe Biden e Emmanuel Macron também devem discutir grandes questões internacionais na quinta-feira: China e Ucrânia.
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