O presidente russo, Vladimir Putin, estará aberto para negociações com os EUA sobre o conflito na Ucrânia, de acordo com o Kremlin. No entanto, o possível acordo está na iminência de não acontecer devido à recusa dos EUA em reconhecer os territórios anexados como russos.
"O presidente da Federação Russa sempre foi, é e continua aberto a negociações para garantir nossos interesses. A maneira mais preferível é por meios pacíficos e diplomáticos", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos jornalistas, quando foi questionado sobre as declarações do presidente norte-americano, Joe Biden.
"Putin estava, está e continua aberto a contatos e negociações", reafirmou Peskov.
Em outubro, o porta-voz de Moscovo já tinha referido que a Rússia estava disponível para discutir a situação na Ucrânia, se as negociações forem "na direção dos esforços para encontrar possíveis soluções".
"Repito: a Rússia está aberta a todos os contactos. Mas temos de partir da premissa de que a Ucrânia proibiu a continuação das negociações", frisou, na altura.
As últimas negociações de paz entre a Ucrânia e a Rússia aconteceram em março, mas acabaram sem qualquer acordo.
Na quinta-feira, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse estar preparado para falar com Putin se houvesse uma possibilidade de terminar com a guerra - o que não parecia ser o caso.
"Mas não o vou fazer sozinho", referiu Joe Biden, referindo-se também ao facto da decisão ser tomada pela NATO.
Recorde-se que a ofensiva militar lançada pela Rússia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.655 civis mortos e 10.368 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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