Putin disposto a negociar? Só se EUA reconhecerem regiões anexadas

O presidente dos EUA, Joe Biden, disse, na quinta-feira, estar disposto a falar com o homólogo russo, Vladimir Putin, se houvesse uma possibilidade de terminar com a guerra - o que não parece ser o caso.

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Daniela Carrilho com Lusa
02/12/2022 12:21 ‧ 02/12/2022 por Daniela Carrilho com Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

O presidente russo, Vladimir Putin, estará aberto para negociações com os EUA sobre o conflito na Ucrânia, de acordo com o Kremlin. No entanto, o possível acordo está na iminência de não acontecer devido à recusa dos EUA em reconhecer os territórios anexados como russos.

"O presidente da Federação Russa sempre foi, é e continua aberto a negociações para garantir nossos interesses. A maneira mais preferível é por meios pacíficos e diplomáticos", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos jornalistas, quando foi questionado sobre as declarações do presidente norte-americano, Joe Biden.

"Putin estava, está e continua aberto a contatos e negociações", reafirmou Peskov.

Em outubro, o porta-voz de Moscovo já tinha referido que a Rússia estava disponível para discutir a situação na Ucrânia, se as negociações forem "na direção dos esforços para encontrar possíveis soluções". 

"Repito: a Rússia está aberta a todos os contactos. Mas temos de partir da premissa de que a Ucrânia proibiu a continuação das negociações", frisou, na altura.

As últimas negociações de paz entre a Ucrânia e a Rússia aconteceram em março, mas acabaram sem qualquer acordo.

Na quinta-feira, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse estar preparado para falar com Putin se houvesse uma possibilidade de terminar com a guerra - o que não parecia ser o caso.

"Mas não o vou fazer sozinho", referiu Joe Biden, referindo-se também ao facto da decisão ser tomada pela NATO.

Recorde-se que a ofensiva militar lançada pela Rússia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.655 civis mortos e 10.368 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: Conquistar Ucrânia em 10 dias? Estava na 'bucket list' de Putin

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