"Os mísseis costeiros da Frota do Pacífico irão manter vigilância 24 horas por dia para controlar as águas adjacentes e as áreas do estreito", avançou o ministério, citado pela agência noticiosa russa Tass.
O comunicado revelou que foi instalado na ilha um acampamento militar autónomo, que inclui condições de serviço, alojamento, recreio e alimentação do pessoal ao longo do ano.
"Para o funcionamento e manutenção dos equipamentos, foram instalados equipamentos dos postos técnicos, implantados armazéns de equipamentos e meios materiais e criados acessos aos postos de saída", acrescentou o ministério.
Em dezembro de 2021, a Frota do Pacífico indicou que havia instalado mísseis semelhantes na vizinha ilha de Matua. Anteriormente, o exército russo tinha confirmado a criação de um aeródromo na ilha.
As Ilhas Curilas, situadas a norte do arquipélago do Japão, foram ocupadas pela União Soviética nos últimos dias da Segunda Guerra Mundial.
O Presidente russo, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro japonês da altura, Shinzo Abe, acordaram em 2016 desenvolver atividades económicas conjuntas nos setores de pesca, turismo, saúde e meio ambiente nas Ilhas Curilas, reivindicadas por Tóquio desde 1946.
No entanto, em 08 de junho, a Rússia suspendeu o acordo de pesca com o Japão, acusando Tóquio de violar as suas obrigações estabelecidas bilateralmente em 1998.
As atuais tensões bilaterais devido à guerra na Ucrânia -- país que em outubro reconheceu a soberania japonesa sobre as Curilas -- desaceleraram a reaproximação nos últimos anos entre Moscovo e Tóquio, com o objetivo de normalizar as relações e assinar um tratado de paz pendente desde a Segunda Guerra Mundial.
A Rússia sempre defendeu a assinatura de tal tratado, antes de abordar a disputa territorial sobre as quatro ilhas Curilas, sob controlo soviético - e depois russo - desde 02 de fevereiro de 1946.
Por sua vez, o Japão considera essas ilhas como "uma parte ancestral e inalienável do seu território".
Na quinta-feira, o Governo do Japão manifestou "grande preocupação" e considerou uma ameaça as manobras aéreas conjuntas realizadas entre Rússia e China próximo ao arquipélago japonês, que incluíram aviões bombardeiros de combate.
A participação de aviões bombardeiros estratégicos em manobras nas proximidades do território japonês representa "uma ameaça" à segurança nacional, disse o porta-voz do executivo nipónico, Hirokazu Matsuno, numa conferência de imprensa.
Tóquio e Seul deslocaram caças preventivamente na quarta-feira, após a invasão de várias aeronaves chinesas e russas nas Zonas de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ) dos dois países sem aviso prévio.
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