Milhares de pessoas manifestam-se contra lei a favor do aborto em Malta

O protesto, o maior dos últimos anos, contou com a presença de responsáveis católicos e com os líderes da oposição.

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Notícias ao Minuto
05/12/2022 09:22 ‧ 05/12/2022 por Notícias ao Minuto

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Malta

Milhares de pessoas reuniram-se, no domingo, num protesto em Valletta, capital de Malta, contra uma lei apresentada pelo governo que permite às grávidas interromper a gestação, se a sua vida estiver em risco. 

Segundo reporta a agência de notícias Reuters, e como é possível ver na galeria acima, os manifestantes colocaram uma imagem gigante de um bebé na entrada do gabinete do primeiro-ministro, Robert Abela. O protesto, o maior dos últimos anos, contou com a presença de responsáveis católicos e com os líderes da oposição.

“Estamos aqui para ser a voz da criança por nascer”, disse uma das manifestantes, de 19 anos, citada pela Reuters. “A vida perde-se sempre através do aborto”.

No final de novembro, o governo de Malta - que proíbe o aborto em todas as circunstâncias - apresentou uma lei que permite às grávidas interromperem a gestação, se a sua vida ou saúde estiver em risco.

A nova legislação, que ainda terá de ser debatida no parlamento, prevê que o aborto seja legal nos casos em que tenha como objetivo “proteger a saúde de uma mulher grávida que sofra de uma complicação médica que possa colocar em risco a sua vida ou a sua saúde”.

Sublinhe-se que, atualmente, os médicos que façam o procedimento no país arriscam uma pena de prisão de até quatro anos, podendo ainda ser banidos de trabalhar na área da saúde para o resto da vida.

A proposta do governo maltês surgiu depois de os hospitais da ilha terem negado tratamento a uma turista norte-americana, Andrea Prudente, que sofreu complicações na 16.ª semana de gravidez, dando origem a um aborto parcial que colocou a sua vida em perigo. Ainda que o feto não tivesse hipótese de sobreviver, tinha batimentos cardíacos, pelo que a interrupção foi negada. Andrea e o companheiro acabaram por viajar até Málaga, em Espanha, onde o aborto foi realizado.

Leia Também: Malta apresenta lei que permite interromper gravidez em caso de risco

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