UNICEF pede quase 100 milhões de euros para ajudar 173 milhões de pessoas

A UNICEF pediu hoje financiamento de emergência no valor de 10,3 mil milhões de dólares (97,5 mil milhões de euros) para dar assistência a mais de 173 milhões de pessoas, incluindo 110 milhões de crianças.

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Lusa
05/12/2022 12:39 ‧ 05/12/2022 por Lusa

Mundo

UNICEF

De acordo com um comunicado do Fundo das Nações Unidas para a Infância, este financiamento de emergência intitulado "Ação Humanitária para as Crianças", será dirigido a pessoas afetadas por crises humanitárias, pelos efeitos prolongados da pandemia da covid-19 em todo o mundo e pela crescente ameaça de graves fenómenos climáticos.

"Atualmente, há mais crianças a precisar de assistência humanitária do que em qualquer outro momento da história recente", afirmou a diretora executiva daquela agência da ONU, Catherine Russell.

De acordo com a UNICEF, o ano que termina daqui a menos de um mês começou com uma estimativa de 274 milhões de pessoas necessitadas de assistência e proteção humanitária no mundo.

Ao longo do ano, estas necessidades aumentaram consideravelmente, em grande parte devido a conflitos, incluindo a guerra na Ucrânia, à crescente insegurança alimentar, às ameaças de fome causadas pelo clima e outros fatores e às cheias devastadoras no Paquistão.

Em todo o mundo, um ressurgimento de surtos de doenças, incluindo a cólera e o sarampo, traz um perigo adicional para as crianças em situações de emergência.

Os efeitos prolongados da pandemia da covid-19 e as perturbações e instabilidade económica globais, incluindo a inflação e o custo crescente dos alimentos e do combustível, tiveram um impacto devastador na vida e no bem-estar de milhões das crianças mais vulneráveis do mundo.

As alterações climáticas estão também a agravar a escala e a intensidade das emergências. Os últimos 10 anos foram os mais quentes de que há registo e o número de catástrofes relacionadas com o clima triplicou nos últimos 30 anos.

Hoje em dia, mais de 400 milhões de crianças vivem em zonas de risco hídrico elevado ou extremamente elevado.

Ao mesmo tempo, as crianças estão a atravessar as fronteiras em número recorde, acompanhadas pelas suas famílias, separadas delas, ou não acompanhadas. No total, cerca de 37 milhões de crianças em todo o mundo estão deslocadas devido a crises múltiplas - um número de crianças deslocadas a que não se assistia desde a II Guerra Mundial.

"Os impactos devastadores das alterações climáticas são uma ameaça sempre presente para as crianças", disse Russell.

"É por isso que estamos a dar prioridade à adaptação ao clima e à construção de resiliência como parte da nossa resposta humanitária. Isto vai ajudar-nos a alcançar as crianças que vivem as crises de hoje, ao mesmo tempo que as apoia e às suas comunidades a prepararem-se para as que ainda estão por vir", sublinhou a responsável do UNICEF.

Para a agência da ONU, colocar as organizações nacionais e locais no centro das operações humanitárias é uma estratégia-chave na resposta humanitária da UNICEF.

Os principais resultados em 2022, segundo a organização, foram possíveis graças às parcerias da UNICEF, incluindo com equipas humanitárias nacionais, de agências da ONU, da sociedade civil e de organizações não-governamentais, assim como socorristas nacionais e locais e parceiros para recursos.

Os resultados incluem 23,8 milhões de crianças vacinadas contra o sarampo, 2,6 milhões de crianças tratadas contra a subnutrição aguda grave e 28 milhões de crianças com acesso à educação formal ou não formal, incluindo a aprendizagem precoce, entre outras ações.

Com as necessidades humanitárias a um nível sem precedentes, o UNICEF está a apelar aos parceiros para que aumentem o apoio à resposta humanitária que salva vidas de crianças, maximizando a flexibilidade deste financiamento, dando prioridade à antecipação climática e aos esforços de preparação, adotando urgentemente abordagens para a preparação e resposta, e assegurando uma assistência humanitária equitativa e com princípios.

Leia Também: África é das regiões mais afetadas pelo VIH/Sida e palco de disparidades

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