"Estamos profundamente convencidos de que pertencemos uns aos outros, de que queremos viver juntos a nossa vida" e esta foi "uma cimeira onde houve uma mensagem muito clara de unidade", declarou a líder do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, no final da primeira cimeira da UE com os Balcãs Ocidentais na região.
Nas declarações prestadas à imprensa no final da Cimeira UE-Balcãs Ocidentais na capital albanesa, em Tirana, a responsável notou que, neste encontro de alto nível, houve "discussões muito profundas, muito boas e francas", nomeadamente para "enfrentar as dificuldades que se colocam devido aos efeitos desta guerra atroz que a Rússia desencadeou na Ucrânia".
Organizada para reafirmar a importância do alargamento do bloco a esta região, esta cimeira decorreu no contexto da guerra na Ucrânia e da crise energética.
"Apoiamos de todo o coração o processo de progresso do alargamento e a integração regional e, este ano, assistimos a muitos progressos", destacou Ursula von der Leyen.
Também em declarações à comunicação social, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, falou numa "cimeira histórica", que resultou com uma "declaração realmente importante porque contém alguns compromissos concretos que são adicionais ao processo de adesão".
"O futuro dos nossos filhos será mais seguro e melhor com os países dos Balcãs Ocidentais a fazerem parte da União Europeia e penso que este processo de integração é fundamental", adiantou Charles Michel.
Também presente na conferência de imprensa, o primeiro-ministro da Albânia, Edi Rama, vincou que esta cimeira foi um "sinal de consciência" que a UE e os Balcãs Ocidentais precisam uns dos outros, colocando em cima da mesa a sugestão de criar um polo do Colégio da Europa, especializado em estudos europeus, em Tirana.
Na Declaração de Tirana, hoje firmada no âmbito da cimeira, os líderes da UE apelaram à "aceleração do processo de adesão" dos Balcãs Ocidentais ao bloco comunitário, garantindo "empenho total e inequívoco" ao alargamento aos países balcânicos, mediante "reformas credíveis".
A UE tem vindo a desenvolver uma política de apoio à integração progressiva dos países dos Balcãs Ocidentais.
Em 2013, a Croácia tornou-se o primeiro país dos Balcãs Ocidentais a aderir à UE, sendo que o Montenegro, a Sérvia, a Macedónia do Norte e a Albânia são oficialmente países candidatos.
Entretanto, foram iniciadas negociações e abertos procedimentos de adesão com o Montenegro e a Sérvia, enquanto a Bósnia-Herzegovina e o Kosovo são candidatos potenciais à adesão.
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