Ucrânia: BERD gastará 1.500 milhões até fim do ano
O Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento gastará até ao final do ano metade dos 3.000 milhões de euros reservados à Ucrânia até 2023, sobretudo em despesas imediatas associadas à compra de gás e reparações na rede elétrica.
© Lusa
Mundo Ucrânia/Rússia
Desde o início da guerra na Ucrânia, desencadeada pela Rússia em fevereiro passado, o Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento (BERD) gastou 1.100 milhões de euros, mas até ao final da semana deverá chegar aos 1.500 milhões de euros, revelou o diretor para a Europa do Leste e o Cáucaso, Matteo Patrone, restando outros 1.500 milhões de euros para 2023.
Em fase de aplicação estão apoios para reparações de emergência na companhia estatal de eletricidade UkrEnergo e a compra de gás para a distribuidora Naftogaz, além de "ajuda de liquidez" às cidades de Lviv e Dnipro, segundo avançou o representante.
"A próxima missão é combater o inverno, esta é a abordagem que estamos a tomar. Estamos focados no muito curto prazo para apoiar a economia ucraniana onde precisa agora", afirmou, num encontro com jornalistas, a propósito da realização hoje em Londres da conferência "A economia da Ucrânia: estabilização, reconstrução e o papel do BERD".
Patrone admitiu existir o risco de que tudo o que a UkrEnergo consiga reparar seja novamente destruído nos constantes bombardeamentos russos, mas insistiu que é necessário ajudar a resiliência da Ucrânia e da respetiva economia.
"Mas não há outra escolha senão continuar e reconstruir as infraestruturas de emergência que permitam à população ucraniana aguentar o inverno e às empresas ucranianas continuar a produzir, pagar salários e sustentar a economia, e pagar impostos que também vão sustentar as despesas sociais e militares", justificou.
Ao longo de 2022, adiantou o responsável, o BERD providenciou financiamento à companhia de caminhos-de-ferro Ukrzaliznytsia e farmacêuticas, numa perspetiva de apoiar a economia ucraniana em termos de comércio, segurança energética e alimentar e infraestruturas.
"A maior parte do que temos feito até agora foi o fornecimento de liquidez às empresas, incluindo o setor público, ou seja, pagamento de salários e trabalhos de manutenção imediata", explicou.
Olhando para o futuro, Matteo Patrone está consciente de que os 3.000 milhões de euros previstos "não são suficientes" e fala em estimativas que apontam para pelo menos 40.000 milhões de dólares (cerca de 38.000 milhões de euros) necessários para 2023, a somar a 8.000 milhões de dólares (cerca de 7.6 milhões de euros) para despesas de reconstrução urgentes.
Numa conferência internacional em Lugano, Suíça, em julho, foi avançado que a reconstrução do país custaria 750.000 milhões de dólares (mais de 718.800 milhões de euros).
A longo prazo, será preciso mais do que apenas uma instituição internacional como o BERD para a reconstrução do país e a recuperação da economia e Patrone antecipou a necessidade de o setor privado também participar.
"Não creio que nenhum dos atores ou parceiros internacionais possa afirmar que esteja preparado para a escala do desafio sozinho. Por isso, precisamos de agir em conjunto", concluiu.
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