Ministro cubano pede aos EUA fim do bloqueio económico
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Cuba pediu aos EUA o fim do bloqueio económico da ilha, em resposta ao pedido, feito pelo Presidente norte-americano, de libertação dos manifestantes detidos em 2021.
© Lusa
Mundo Bruno Rodriguez
"Se o governo dos Estados Unidos se preocupasse com o bem-estar dos cubanos, poria fim ao bloqueio económico e ao fiel cumprimento da política de máxima pressão do seu antecessor", Donald Trump, defendeu Bruno Rodriguez.
O bloqueio imposto por Washington "causa tanto dano à população" cubana e representa "uma flagrante, massiva e sistemática violação dos Direitos Humanos", escreveu o ministro, na rede social Twitter.
A publicação surge horas depois do líder dos Estados Unidos, Joe Biden, ter reiterado o seu pedido de libertação dos "presos políticos" que foram detidos durante os protestos de 2021 em Cuba.
Biden fez o pedido num comunicado por ocasião do Dia dos Direitos Humanos.
"À luz da opressão, esses manifestantes exerceram de forma corajosa as suas liberdades fundamentais, incluindo o direito à liberdade de expressão e reunião pacífica", indicou o chefe de Estado norte-americano.
O líder democrata afirmou que a sua Administração permanece unida ao povo cubano "enquanto defende os seus direitos humanos e opina sobre o futuro de Cuba".
Biden anunciou que os Estados Unidos vão continuar a defender a libertação de todos os detidos "nesta repressão brutal" e a responsabilizar os "funcionários cubanos responsáveis pela violência contra os protestos pacíficos".
Os julgamentos contra os manifestantes de 11 de julho de 2021 estão a ocorrer em Cuba desde o final de 2021.
Familiares dos condenados e organizações não governamentais (ONG) têm criticado os processos, alegando falta de garantias, fabricação de provas e penas altas de caráter exemplar.
A imprensa estrangeira não tem acesso aos julgamentos.
Por seu lado, o Supremo Tribunal de Cuba assegura que o processo legal devido foi observado em todos os casos abertos como resultado do 11 de julho (11J).
De acordo com a ONG Cubalex e Justicia 11J, após os protestos, cerca de 600 sentenças foram proferidas, algumas de até 30 anos de prisão.
Desde julho houve protestos em todo o país, principalmente entre setembro e outubro, devido aos prolongados e frequentes apagões e à gestão dos efeitos do furacão Ian no sistema elétrico nacional.
O Observatório de Conflitos de Cuba (OCC), com sede em Miami (Estados Unidos), registou 589 protestos em outubro, cinco a mais do que os contabilizados em julho de 2021.
A Procuradoria-Geral de Cuba alertou que está a investigar os recentes protestos e que os atos criminosos "vão receber a resposta penal correspondente".
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