"Quando se trata da China, você vê que eles estão a expandir a sua presença no continente diariamente (...) ", enquanto a Rússia "envia armas baratas e mercenários", disse Lloyd Austin durante um fórum em que participaram vários chefes de Estado africanos.
"A combinação dessas atividades desses dois países creio que merece atenção. E é claro que a influência deles pode ser desestabilizadora", continuou o chefe do Pentágono.
Austin falava hoje num fórum de segurança, neste que é o primeiro dia da Cimeira de três dias entre os Estados Unidos e líderes africanos em Washington.
Nesta ofensiva de charme dos Estados Unidos para conquistar parceiros africanos - por vezes relutantes - , os Estados Unidos 'colocaram a mão na carteira', prometendo destinar "55 mil milhões de dólares (51,7 mil milhões de euros) para África ao longo de três anos", segundo a Casa Branca.
A administração de Joe Biden deve apresentar mais detalhes ao longo desta cimeira de três dias na capital norte-americana.
Hoje, os EUA anunciaram a atribuição de até quatro mil milhões de dólares (3,7 mil milhões de euros) até 2025 para a contratação e formação de profissionais de saúde em África.
No primeiro dia da cimeira, Nigéria e Ruanda formalizaram a adesão aos Acordos Artemis, da NASA, que estabelecem uma série de regras para a exploração lunar.
Os Governos da Nigéria e do Ruanda tornaram-se assim os primeiros em África a aderir a estes acordos, que já contam com 23 membros, segundo o Governo norte-americano.
O Presidente dos EUA, Joe Biden, deve falar no evento na quarta e quinta-feira.
Em particular, defenderá o reforço do papel de África no cenário internacional, a representação do continente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, e a representação formal da União Africana no G20.
Durante um fórum organizado à margem da cimeira com a diáspora africana nos Estados Unidos, o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, garantiu na manhã de hoje que a nova estratégia dos Estados Unidos se resume numa única palavra: "parceria".
Esta nova estratégia foi revelada no verão passado, com vista a uma revisão da política dos EUA na África subsaariana para conter a presença chinesa e russa na região.
A China é o maior credor mundial de países menos desenvolvidos e em desenvolvimento e investe pesadamente no continente africano.
Além dos investimentos, as mudanças climáticas, a insegurança alimentar - agravada pela guerra na Ucrânia - ou mesmo as relações comerciais e a boa governança estarão no centro da cimeira.
Este é o segundo encontro do género, depois de uma primeira edição realizada em 2014.
No total, 49 chefes de Estado africanos e o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, foram convidados para este encontro de alto nível.
[Notícia atualizada às 22h11]
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