A Rússia continua a ter intenções de levar a cabo uma longa guerra na Ucrânia e ainda quer conquistar o país inteiro, disse esta quinta-feira um alto funcionário militar ucraniano, aqui citado pela Reuters.
O Brigadeiro-General Oleksiy Gromov adiantou, num briefing de cariz militar, que embora não esperasse que Moscovo lançasse um ataque a partir da Bielorrússia, a Rússia estará a treinar novas tropas no solo do seu país vizinho - tendo, até, deslocado aviões militares para o mesmo.
"O Kremlin está a tentar transformar o conflito num prolongado confronto armado", referiu essa mesma fonte, embora não tenha esclarecido qual poderia ser o objetivo da Rússia com o prolongamento do conflito, que dura já há dez meses.
No mesmo briefing, a vice-ministra da Defesa, Hanna Malyar, advertiu contra a possibilidade de permitir a complacência após recentes revezes militares russos. "Nós e o mundo não devemos relaxar, porque o objetivo final da Federação Russa é conquistar toda a Ucrânia, e depois pode continuar em frente", disse.
Recorde-se que vários funcionários ucranianos têm já retratado o Kremlin como estando desesperado para inverter os recentes reveses militares - que incluíram uma retirada da cidade de Kherson após meses de ocupação - e garantir vitórias para justificar a guerra ao público russo.
O Kremlin nunca definiu totalmente os objetivos da sua invasão, que teve início a 24 de fevereiro, mas, segundo ele, a mesma pretendia proteger os russófonos residentes na Ucrânia oriental.
O conflito causou já a morte de, pelo menos, 6,7 mil civis, segundo os mais recentes cálculos da Organização das Nações Unidas (ONU).
Leia Também: Dois mortos em Kherson após ataques russos. Cidade está sem eletricidade