O chefe do governo indiano reiterou o seu "apelo ao diálogo e à diplomacia como o único caminho a seguir" para acabar com a guerra na Ucrânia, referiu o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Índia em comunicado.
Ambos os líderes aproveitaram a conversa telefónica para manter conversações sobre a "cooperação em energia, comércio e investimento, cooperação em defesa e segurança e outras áreas-chave", acrescentou o governo indiano.
Modi enumerou as principais prioridades estabelecidas pelo G20, depois do gigante asiático ter assumido a presidência do grupo em 01 de dezembro.
O governante também salientou que espera continuar a trabalhar com a Rússia na Organização de Cooperação de Xangai, liderada este ano pela Índia.
A conversa telefónica decorreu enquanto se regista uma escalada de tensão no conflito na Ucrânia, com o Exército russo a ter executado hoje um novo ataques com mísseis contra Keiv.
A Índia mantém uma aliança histórica com Moscovo, um dos seus principais fornecedores de equipamentos militares, e aumentou as compras de petróleo russo.
Desde abril, as compras de petróleo russo pela Índia passaram de menos de 2% para 12 e 13% atualmente, o que torna a Rússia o segundo maior fornecedor de petróleo graças aos descontos que Nova Deli começou a receber desde o início da invasão da Ucrânia.
Esta relação histórica explica a neutralidade que o país asiático mantém no conflito na Ucrânia, depois de se abster de condenar a invasão russa perante a Assembleia-Geral da ONU, embora Modi tenha tornado pública a sua preocupação com a guerra em setembro, após um encontro com o Presidente russo.
Em novembro, o chefe da diplomacia indiana, Subrahmanyam Jaishankar, visitou Moscovo com o objetivo de aprofundar as alianças comerciais entre as duas potências, através de uma comissão intergovernamental bilateral para a cooperação comercial, económica, científica, tecnológica e cultural.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente Vladimir Putin com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para Kiev e com a imposição de sanções políticas e económicas a Moscovo.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.755 civis mortos e 10.607 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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