"Podem fortalecer as suas posições. Entendemos que isso pode acontecer. Em simultâneo, não excluímos a hipótese de que declarem uma mobilização geral", afirmou Danilov em entrevista ao jornal digital Ukrainska Pravda.
Danilov considerou que essa mobilização também seria convocada "para exterminar o maior número possível" de cidadãos russos, para que "deixem de ter qualquer problema no seu território".
Nesse sentido, Danilov também recordou que a Rússia não renunciou em garantir o controlo de Kyiv nem à ideia de "destruir" totalmente a Ucrânia. "Devemos estar preparados para qualquer coisa", disse.
"Quero que todos entendamos que [os russos] não renunciaram à ideia de destruir a nossa nação. Se não tiverem Kyiv nas mãos, não terão nada nas mãos, temos de entender isso", prosseguiu Danilov, que também não excluiu que a nova ofensiva russa seja proveniente "da Bielorrússia e de outros territórios".
Desta forma, Danilov elogiou a decisão de muitos dos seus habitantes, que decidiram permanecer na capital ucraniana quando se iniciou a guerra, para proteger a cidade.
"Esperavam que houvesse pânico, que as pessoas fugissem, que não existisse nada para defender Kyiv", disse ainda, numa referência ao Presidente Volodymyr Zelensky.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou pelo menos 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões de refugiados para países europeus, pelo que as Nações Unidas classificam esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.755 civis mortos e 10.607 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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