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Rejeição sueca de extradição de jornalista? "Muito negativa", diz Turquia

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Mevlut Cavusoglu, considerou hoje "muito negativa" a decisão do supremo tribunal sueco de recusar a extradição do jornalista Bülent Kenes, solicitada pessoalmente pelo Presidente, Recep Tayyip Erdogan.

Rejeição sueca de extradição de jornalista? "Muito negativa", diz Turquia
Notícias ao Minuto

13:18 - 20/12/22 por Lusa

Mundo NATO

Ancara pediu à Suécia e à Finlândia uma série de expulsões de opositores em troca da sua aceitação da entrada dos dois países nórdicos na NATO.

"A rejeição do nosso pedido de extradição de Bülent Kenes é um passo muito negativo. Os participantes do golpe [de Estado de julho de 2016] devem ser enviados de volta para a Turquia", disse o ministro.

"Não queremos ouvir mais palavras da Suécia ou da Finlândia, o que queremos são medidas concretas", sublinhou o ministro turco, em declarações à imprensa.

A Suécia expulsou um membro do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) no início de dezembro, que a Turquia e os seus aliados ocidentais consideram um movimento terrorista, tendo Ancara considerado "um começo".

"Se eles pensaram que depois [dessa expulsão] nós desistiríamos das nossas exigências, não estavam a ser realistas", sublinhou Cavusoglu.

O tema deverá ser discutido na quinta-feira pelos dois países, já que, como anunciou Cavusoglu, o seu homólogo sueco, Tobias Billstrom, estará nesse dia de visita a Ancara.

O supremo tribunal sueco rejeitou na segunda-feira o pedido da Turquia para a extradição do jornalista turco, considerando existirem "vários obstáculos" à entrega.

O jornalista é acusado por Ancara de ter sido cúmplice de uma tentativa de golpe de Estado em 2016 e de ser membro do movimento associado ao clérigo islâmico Fethullah Gulen.

O clérigo, que está exilado nos Estados Unidos, é um dos principais opositores do Presidente turco. O seu movimento foi classificado, em maio de 2016, como um grupo terrorista.

Erdogan acusa Gulen de conspirar para o retirar da liderança da Turquia, criando uma rede de apoiantes em setores como a justiça, a imprensa e a educação, estratégia negada pelo líder religioso.

A Suécia e a Finlândia abandonaram as suas políticas de longa data de não-alinhamento militar e solicitaram à adesão à NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte), depois de as forças russas invadirem a Ucrânia em fevereiro, com preocupações de que a Rússia pudesse, em seguida, atacar os dois países.

Mas a Turquia, membro da NATO, tem colocado obstáculos à ingressão da Suécia e da Finlândia na Aliança, acusando os dois países nórdicos de ignorarem as ameaças a Ancara dos militantes curdos e de outros grupos que considera terroristas, pressionando-os a reprimir esses grupos.

Os parlamentos da Turquia e da Hungria ainda não ratificaram os pedidos dos dois países nórdicos para ingresso na NATO, processo já concluído pelos outros 28 Estados-membros da Aliança Atlântica.

Leia Também: Turquia protesta por alegada interferência grega em exercício da NATO

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