"A Ucrânia não deixará nada do que é seu para o inimigo", afirma Zelensky

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, referiu a sua visita surpresa a Bakhmut, que serviu para "expressar gratidão" pelos esforços diários dos combatentes ucranianos.

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Notícias ao Minuto com Lusa
20/12/2022 21:27 ‧ 20/12/2022 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, visitou esta terça-feira várias regiões que estão sob fogo cruzado das tropas de Moscovo, agradecendo a todos os soldados que estão na linha da frente de combate.

"Voltei da região de Donetsk, da nossa fortaleza de Bakhmut. Estive lá hoje para apoiar os nossos lutadores, para apresentar prémios estaduais, para lhes expressar gratidão. Para todos os nossos heróis - aqueles que defendem não só Bakhmut, o Donbass, mas também toda a Ucrânia. Apoiem Bakhmut - esfarrapado mas não conquistado - e os seus defensores", começou por dizer o líder ucraniano, no seu discurso noturno diário.

Zelensky passou ainda por "Slovyansk, Kramatorsk, Druzhkivka, Kostiantynivka", cidades que "estão literalmente a lutar pela vida".

O presidente ucraniano deixou claro que a ofensiva da Rússia deixa "terra queimada e vidas destruídas".

"Dor, ruínas e sepulturas - este é o chamado 'mundo russo'. É isso que os nossos heróis param. É exatamente isso que estão a expulsar da Ucrânia, devolvendo a vida passo a passo à nossa terra, onde os ocupantes pisaram. E para que exista esse movimento, para que exista a nossa fronteira, para devolvermos a bandeira ucraniana às cidades e vilas do sul e leste do nosso estado, existe Bakhmut, existe uma fortaleza, existem os nossos heroicos defensores. Cada dia que suportaram lá, cada golpe a que resistiram, cada ataque que repeliram e cada contra-ataque que realizaram é uma vida para a Ucrânia", salientou.

Zelensky deixa ainda uma mensagem positiva e de força, quer para o povo ucraniano que sofre às mãos das tropas russas, quer para os soldados que lutam dia após dia, há quase 10 meses, para salvar o território da Ucrânia.

"Faremos o possível e o impossível, o esperado e o inesperado, para que nossos heróis tenham tudo o que precisam para triunfar, para obter os resultados que todos os ucranianos esperam e que todas as nossas cidades e vilas na linha de frente estão à espera. A Ucrânia não deixará nada do que é seu para o inimigo", concluiu, deixando, como sempre, um agradecimento a todos aqueles que lutam para retomar uma vida normal no país, depois da vida de milhões de ucranianos ter sido fustigada pela guerra.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou pelo menos 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões de refugiados para países europeus, pelo que as Nações Unidas classificam esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Há o receio de que muitos mais possam deixar as suas casas durante o inverno, uma vez que os repetidos ataques russos às infraestruturas deixaram milhões de ucranianos sem energia, aquecimento ou água em todo o país. 

Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - tem sido condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.755 civis mortos e 10.607 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

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