"Isso vai certamente levar a uma escalada do conflito e não é um bom presságio para a Ucrânia", disse o porta-voz do Kremlin (Presidência russa), Dmitri Peskov.
O porta-voz também disse que não esperava uma mudança de posição de Zelensky sobre a sua recusa em negociar com o presidente russo, Vladimir Putin, após esta visita aos Estados Unidos, a sua primeira viagem ao estrangeiro desde o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro deste ano.
Responsáveis políticos norte-americanos avançaram na segunda-feira que a Casa Branca decidiu enviar uma nova ajuda militar para a Ucrânia que, além dos mísseis Patriot (fornecidos pela primeira vez), incluirá bombas de precisão para caças.
Segundo a agência de notícias Associated Press (AP), o pacote será composto por cerca de mil milhões de dólares (942 milhões de euros) em armas dos 'stocks' do Pentágono (Departamento de Defesa norte-americano) e mais 800 milhões de dólares (753 milhões de euros) em financiamento.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e outros responsáveis do país têm pressionado os líderes ocidentais a fornecer armas mais avançadas à Ucrânia, incluindo mísseis Patriot, um sistema de mísseis terra-ar avançado que ajudará a repelir os ataques aéreos russos.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo já tinha avisado que a entrega do sistema seria considerada uma provocação e que os Patriot e quaisquer tripulações que o acompanhem serão vistos como um alvo legítimo para os militares de Moscovo.
Os Estados Unidos deverão anunciar todas as novas medidas de ajuda durante a deslocação a Washington do Presidente ucraniano, que deverá chegar esta quarta-feira à capital federal norte-americana.
Zelensky será recebido pelo seu homólogo norte-americano, Joe Biden, e vai discursar no Congresso dos Estados Unidos, anunciou a Casa Branca.
Segundo um comunicado divulgado pela presidência ucraniana, Zelensky vai discutir com Biden "a cooperação abrangente entre os dois países, em particular no que respeita ao reforço da capacidade de resistência e defesa da Ucrânia, apoiando a sua soberania e restaurando a integridade territorial".
Para Washington, o reforço do apoio à Ucrânia não significa entrar em guerra direta com a Rússia.
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