"Não só a acusação foi injusta, mas também tive a sensação de que os procuradores tinham uma direção bem determinada, independentemente do que acontecesse", disse o ex-presidente, de 72 anos, numa reunião com o líder da Assembleia Nacional, Woo Won-shik.
O antigo presidente de centro-esquerda (2017-2022) foi "acusado de corrupção por ter recebido 217 milhões de won (132.200 euros) depois de ter facilitado a contratação do seu genro numa companhia aérea", segundo o gabinete do procurador do distrito de Jeonju.
Para Moon Jae-in, este caso "é um exemplo muito claro de politização e de um abuso de poder por parte da acusação".
"Farei tudo o que estiver ao meu alcance para esclarecer o público e informá-lo sobre o abuso de poder da acusação e a sua politização, para além de provar a minha inocência pessoal", sustentou.
Segundo a acusação, o genro de Moon foi nomeado diretor-geral da companhia aérea Thai Eastar Jet, "apesar da ausência de qualquer experiência ou qualificação relevante no setor dos transportes aéreos".
A empresa, que é controlada por um antigo deputado do partido de Moon Jae-in, terá nomeado o genro do Presidente para obter favores por parte do chefe de Estado.
Todas as remunerações e outros benefícios financeiros pagos pela companhia aérea ao genro de Moon entre 2018 e 2020 "foram confirmados como não sendo pagamentos de salários legítimos, mas subornos ao presidente", explicaram ainda os procuradores.
Moon Jae-in ficou conhecido por promover a aproximação entre as Coreias e, em particular, por ter organizado conversações entre o dirigente norte-coreano Kim Jong Un e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante o seu primeiro mandato.
Na quinta-feira, o seu partido, o Partido Democrático, que controla o parlamento, descreveu a acusação do antigo Presidente como um "abuso de poder judicial descontrolado".
A cena política sul-coreana foi abalada nos últimos meses após a tentativa falhada do ex-Presidente Yoon Seok Yeol de introduzir a lei marcial em dezembro, que resultou na sua destituição.
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