"O Ocidente deveria deixar de gastar recursos para tentar mudar uma realidade que não controla e concentrar-se naquilo que pode moldar em abundância: negar a capacidade da Rússia de travar uma guerra contra a Ucrânia", escreveram os analistas do ISW.
Para o instituto norte-americano, os Estados Unidos devem "reconhecer que a intenção do Kremlin [Presidência russa] em relação à Ucrânia é maximalista, inflexível e não mudará num futuro previsível".
Os analistas do ISW consideraram que "negociações, cessar-fogos, e acordos de paz" não são meios para travar o conflito, mas sim para que Moscovo "renove o seu ataque à Ucrânia no futuro, em condições que beneficiem a Rússia".
"São meios para os mesmos fins - controlo total da Ucrânia e erradicação do Estado e da identidade da Ucrânia", afirmaram num relatório divulgado nas últimas horas.
O ISW defendeu que o interesse dos Estados Unidos em prevenir futuros ataques russos à Ucrânia pode ser mais eficaz "negando à Rússia a capacidade de levar a cabo esses ataques".
"A exigência imediata é preservar a dinâmica da Ucrânia no campo de batalha - contando com uma possível nova ofensiva da Rússia este inverno - para assegurar que a Ucrânia assegure a posição mais vantajosa possível", disse o ISW, organismo presidido pelo general norte-americano na reserva John M. Keane e com sede em Washington.
O instituto norte-americano considerou que para evitar ataques futuros, o Ocidente deve também negar à Rússia a possibilidade de manter uma base militar na Ucrânia.
O Ocidente deve igualmente resistir a acordos de uma alegada "paz" que Moscovo "utilizará para ganhar tempo e reconstituir as suas forças".
O ISW defendeu ainda que o complexo industrial de defesa da Rússia não deve ter acesso aos mercados ocidentais e que os aliados se devem comprometer "a construir as capacidades defensivas da Ucrânia a longo prazo".
A avaliação do ISW foi divulgada poucas horas antes de o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ser recebido na Casa Branca pelo seu homólogo norte-americano, Joe Biden.
Trata-se da primeira viagem oficial de Zelensky ao estrangeiro desde o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro deste ano.
Biden vai anunciar uma "ajuda significativa" dos Estados Unidos à Ucrânia para permitir ao país europeu "defender-se contra a agressão russa", disse a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.
Fontes da administração norte-americana citadas pelas agências internacionais disseram que essa ajuda incluirá uma bateria de mísseis Patriot, um equipamento avançado de defesa aérea.
Leia Também: "Muito significativa". Para Podolyak, ida de Zelensky a EUA é "simbólica"