"Danos colaterais" em ataque aéreo contra crime organizado na Nigéria
As autoridades nigerianas reconheceram "danos colaterais" nos ataques aéreos realizados no fim de semana contra o crime organizado no noroeste do país, nos quais cerca de 100 civis foram mortos, denunciaram residentes locais.
© Reuters
Mundo crime organizado
Um porta-voz da Força Aérea da Nigéria recusou comentar os ataques lançados no sábado no estado de Zamfara, mas o governador, Bello Matawall, citado terça-feira num comunicado, manifestou solidariedade "aos feridos e às famílias dos que morreram como danos colaterais", sem fornecer números.
Pelo menos três moradores, citados pela agência France-Presse, disseram que o Exército lançou no sábado uma ofensiva terrestre e aérea contra centenas de homens armados prontos para atacar aldeias no distrito de Dansadau.
Um avião militar bombardeou a posição dos "bandidos", nome dado aos membros destes bandos armados, matando dezenas deles e obrigando os restantes a fugir para as aldeias e a misturar-se com os habitantes.
"O avião perseguiu os bandidos que fugiram para as comunidades próximas de Mutunji, Malele e Dansadau e bombardeou-as, bem como muitos moradores", disse Musa Sa'idu, residente em Dansadau.
"Perdemos um total de 102 pessoas (civis) e dezenas ficaram feridas nestes infelizes bombardeamentos", disse Sa'idu, que ajudou a enterrar as vítimas.
Abbakar Sani, residente de Mutunji, que deu o mesmo número de vítimas que Sa'idu, foi mais específico.
"Em Mutunji foram mortas 69 pessoas, em Malele 27 e outras seis em Dansadau. Muitos estão hospitalizados a receber tratamento de ferimentos graves", acrescentou Sani.
Mustapha Bello, outro residente, confirmou a avaliação, acrescentando que cerca de 200 corpos de bandidos foram encontrados após o ataque em Mutunji, o que é confirmado por Sa'idu e Sani.
"Treze soldados também morreram nos combates", adiantou Bello.
O Exército ainda não confirmou esta informação.
Comunidades no noroeste e centro da Nigéria são atacadas há anos por gangues armados, que invadem aldeias, sequestram ou matam moradores, tendo o Exército enviado efetivos para essas áreas para defender as populações.
No passado, civis já tinham sido vítimas de ataques aéreos das forças armadas, principalmente no nordeste do país, epicentro de uma rebelião fundamentalista islâmica desde 2009.
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