Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), quase dois milhões de crianças nestes três países do Corno de África sofrem de desnutrição aguda grave, o estado de fome mais "letal" que enfraquece o sistema imunitário e representa risco de morte.
Além disso, se não for tratada, a desnutrição pode perturbar gravemente o desenvolvimento físico e cerebral das crianças.
"Embora os esforços coletivos e acelerados tenham mitigado algumas das piores consequências que eram temidas, as crianças do Corno de África continuam a enfrentar a seca mais grave em mais de duas gerações", disse o diretor regional da Unicef para a África Oriental e Austral, Lieke van de Wiel.
Cerca de 2,7 milhões de crianças foram também obrigadas a abandonar a escola devido à seca e outros 4 milhões correm esse risco, segundo a agência da ONU.
"À medida que as famílias são levadas ao limite e enfrentam um stresse crescente, as crianças enfrentam uma série de riscos, incluindo o trabalho infantil, o casamento infantil e a mutilação genital feminina", acrescentou.
Nos três países, cerca de 24 milhões de pessoas sofrem de escassez de água e mais de dois milhões foram deslocadas internamente devido a chuvas fracas, refere a Unicef.
O país mais atingido foi a Somália, onde o número de pessoas afetadas aumentou de 3,8 milhões em janeiro para mais de 7,8 milhões atualmente, de acordo com a ONU.
Quase 1,3 milhões de pessoas foram forçadas a fugir das suas casas na Somália devido à seca, depois de o número de deslocados ter quintuplicado até agora este ano.
A ONG Plan International afirmou no início de dezembro que mais de metade de todas as crianças com menos de cinco anos na Somália - cerca de 1,8 milhões - está gravemente subnutrida.
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