Jennifer Mullee foi uma das muitas estrangeiras a voluntariar-se para ajudar na linha da frente no conflito em território ucraniano. A enfermeira norte-americana falou com a Reuters no mesmo dia em que ajudou a retirar soldados feridos de situações de perigo, na região de Donetsk - e aproveitou a ocasião para transmitir um recado ao presidente russo, Vladimir Putin.
Mullee trabalhou como enfermeira nas urgências de um hospital em Los Angeles até maio, altura em que viria a mudar-se para a região oriental da Ucrânia - que tem estado quase sempre debaixo de fogo desde o início da guerra no país, a 24 de fevereiro. Pertencente a uma família de militares, tinha já estado anteriormente destacada, por duas vezes, no Afeganistão.
Agora membro do Pirogov First Volunteer Mobile Hospital, tem vindo a ajudar a salvar vidas de ucranianos que têm sofrido, na primeira pessoa, as consequências desta guerra.
"Tenho saudades das minhas (duas) filhas, mas elas compreendem e acreditam na luta que decorre aqui, na Ucrânia, e apoiam-me plenamente e sabem que estou a fazer um trabalho importante", garantiu a voluntária, no interior de uma ambulância onde transportava um soldado ferido para o hospital, após ter sido estabilizado no terreno.
Jennifer explicou ainda que nenhum dos seus familiares ficou ferido enquanto serviam como militares - um forte contraste com a "horrível destruição, a morte e os ferimentos" a que agora assiste diariamente, e pelos quais culpa diretamente o chefe de Estado russo. "Rezo para que ele seja levado à justiça por estas horríveis atrocidades", explicou.
"Mas estou confiante de que, se ele não encontrar justiça nesta vida, será responsabilizado na sua vida após a morte, porque Jesus está chateado contigo e ele vem atrás de ti, Putin", disse ainda a enfermeira voluntária.
A guerra na Ucrânia, que completa amanhã 10 meses de duração, provocou mais de 6,7 óbitos entre civis e de 10 mil feridos, segundo os cálculos da Organização das Nações Unidas (ONU).
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