O Conselho de Segurança adotou a resolução sobre a situação na Birmânia, pela primeira vez depois de a China e a Rússia terem renunciado ao seu poder de veto, que anteriormente tinham utilizado para bloquear outros projetos de resolução sobre a Birmânia.
O Conselho de Segurança nunca tinha conseguido ultrapassar os seus desacordos sobre a Birmânia para adotar uma resolução, em parte devido aos vetos russos e chineses, e nunca tinha ultrapassado a fase das declarações formais.
A resolução contém "vários elementos intrusivos nos assuntos internos da Birmânia que violam os princípios e objetivos das Nações Unidas", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros birmanês, através de uma declaração.
"Pressionar para desestabilizar a Birmânia em vez de apoiar os esforços do Governo não ajuda o país e a Birmânia não aceitará tais ações", disse o ministério.
A junta também reiterou na sua declaração que o partido de Suu Kyi, a Liga Nacional para a Democracia, tinha ganhado as eleições de novembro de 2020 através de uma fraude maciça.
Os observadores internacionais salientam que as eleições foram, em grande parte, livres e justas.
Aung San Suu Kyi, 77 anos, Prémio Nobel da Paz, foi detida no golpe militar de fevereiro de 2021 que pôs fim a uma década de transição democrática no país do sudeste asiático.
A repressão dos militares no poder contra manifestantes pró democracia causou mais de 2.500 mortos, segundo uma ONG que regista as vítimas.
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