O pedido foi feito pelo ministro da Defesa, Oleksei Reznikov, segundo a agência espanhola Europa Press, horas depois de um ataque russo ter matado oito pessoas na cidade de Kherson (sul) e ferido meia centena.
"O bombardeamento bárbaro de Kherson por terroristas russos não é apenas mais um crime de guerra, mas também uma vingança contra os seus residentes, que resistiram à ocupação e provaram a todo o mundo que Kherson é a Ucrânia", disse Reznikov.
Controlada pela Rússia desde o início de março, Kherson é uma das cidades recuperadas pelas forças ucranianas no âmbito de uma contraofensiva que lançaram nos últimos meses, depois de terem recebido armamento dos seus aliados ocidentais.
A cidade é a capital da região de Kherson, que a Rússia declarou como anexada no final de setembro, juntamente com Donetsk, Lugansk e Zaporijia, onde se localiza a maior central nuclear da Europa.
A Rússia já tinha anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.
A Ucrânia e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem a soberania russa nas regiões anexadas.
Os Estados Unidos anunciaram o fornecimento de sistemas de mísseis Patriot à Ucrânia durante uma visita a Washington, na quarta-feira, do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Foi a primeira viagem de Zelensky ao estrangeiro desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro deste ano.
O ministro da Defesa ucraniano pediu mais sistemas de defesa antiaérea, artilharia e munições de longo alcance.
Reznikov recordou que a convenção internacional sobre a guerra proíbe ataques contra zonas urbanas, algo com que "os ocupantes russos não se importam", segundo disse.
O ministro seguiu a linha adotada por Zelensky, que acusou Moscovo de matar por prazer.
"Isto não é uma guerra de acordo com as regras definidas. Isto é terror, isto é matar para intimidar e por prazer", afirmou Zelensky nas redes sociais sobre o ataque que vitimou civis em Kherson.
Com as suas forças circunscritas a algumas zonas do sul e leste da Ucrânia, a Rússia tem bombardeado, nos últimos meses, o sistema de energia de um país que regista temperaturas muito baixas no inverno.
Esta tática russa foi denunciada recentemente pela ONU, que alertou para o risco que correm milhões de civis na Ucrânia, bem como para a possibilidade de uma nova onda de refugiados na Europa.
Mais de 7,8 milhões de pessoas fugiram da guerra na Ucrânia para outros países europeus, havendo ainda 6,5 milhões de deslocados internos, segundo dados recentes das Nações Unidas.
Desconhece-se o número exato de baixas civis e militares em dez meses de guerra, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm admitido que será elevado.
As informações divulgadas pelas duas partes sobre o curso da guerra não podem ser verificadas de imediato por fontes independentes.
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