Traidores? "Não devem voltar à Rússia até ao fim dos seus dias"
Medvedev diz que o retorno de "traidores" à Rússia só poderá ocorrer por "meio de amnistia ou perdão", mas avisa: "Embora seja melhor para eles não voltarem".
© Getty Images
Mundo Rússia
O antigo presidente russo Dmitry Medvedev defendeu, esta quarta-feira, que os "traidores" que "odeiam" a Rússia devem ser considerados "inimigos públicos" e ser proibidos de regressar ao país para sempre, numa referência àqueles que têm criticado a guerra.
"Os traidores que odeiam tanto o seu país que pedem a sua derrota e destruição devem ser considerados hostis publicus, inimigos públicos. Independentemente da interpretação legal dos seus atos", começou por defender o atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, numa publicação divulgada no Telegram.
"Essas pessoas não devem ser autorizadas a voltar para a Rússia até o fim dos seus dias. Devem ser completamente cortados das fontes de rendimento no nosso país, sejam elas quais forem. A situação imoral, quando traidores que desejam que o seu país seja derrotado, simultaneamente atacam a Rússia, deve ser interrompida de uma vez por todas", acrescentou.
Para Medvedev, "o retorno dessas pessoas" à Rússia só "pode ocorrer em caso de arrependimento público prévio e inequívoco e, nos casos apropriados, apenas por meio de amnistia ou perdão".
Mas deixa claro: "Embora seja melhor para eles não voltarem".
Esta posição foi partilhada depois de Medvedev referir que "a história tende a repetir-se como uma farsa após uma tragédia", lembrando que há mais de cem anos os "oposicionistas não sistémicos" daquela época desejavam "ferozmente" a derrota da Rússia na Primeira Guerra Mundial.
"O resultado foi o fim do império, duas revoluções e uma sangrenta Guerra Civil que ceifou a vida de 17 milhões de pessoas de diferentes visões políticas", disse.
"Ao ler novas obras desse tipo, não consigo livrar-me da sensação de que depois de uma grande tragédia chegou a hora de uma farsa repugnante. Mais uma vez, há intermináveis maldições contra as autoridades e desejos de ver a derrota imediata de seu país numa guerra e, muitas vezes, sonhos primitivos da eliminação da Rússia de hoje. Essa leitura é nojenta, especialmente num momento em que os nossos militares estão a defender o nosso país com armas nas suas mãos, a arriscar as suas vidas dia após dia e a realizar milagres de verdadeiro heroísmo", rematou.
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