Os Estados Unidos estão a considerar voltar a impor medidas restritivas aos viajantes que cheguem da China, perante o aumento de novos casos de Covid-19 no país, avançou esta quarta-feira a Bloomberg.
Segundo acrescentou a NBC News, as autoridades de saúde estão a considerar impor testes à chegada e rastreios a quem chegar da China, para acautelar um possível impacto do aumento da pandemia na sua população, especialmente devido às variantes que estão a surgir.
Não está em cima da mesa uma proibição total à entrada de viajantes, nem uma possível discriminação por nacionalidade.
A confirmar-se a decisão da administração de Joe Biden, os EUA seguiriam os passos de Taiwan, Japão, Malásia, Índia e Tailândia, entre outros, que passaram a implementar testagem obrigatória aos viajantes provenientes da China, e confinamento a quem testar positivo à Covid-19.
Questionado pela imprensa chinesa sobre restrições pelos norte-americanos, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, disse que todos os países devem "lutar a epidemia de forma científica, trabalhando juntos para assegurar viagens seguras entre os países, mantendo a estabilidade da indústria global e das cadeias de fornecimento e restaurante o crescimento saudável da economia mundial".
Wenbin reafirmou também que a pandemia está "geralmente dentro das expetativas e sob controlo", criticando os órgãos de comunicação ocidentais por pintarem uma imagem pouco fidedigna das políticas de prevenção do regime de Pequim.
A verdade é que a China deixou de divulgar o número de mortes diárias por Covid-19 e quando organizações locais estão a alertar para a elevada falta de transparência na publicação dos dados da pandemia. De recordar que a pandemia voltou a subir exponencialmente na China, depois do governo de Xi Jinping ter terminado abruptamente com a política de 'Covid zero' que marcou a resposta à pandemia durante praticamente dois anos.
A política consistia na criação de quarentenas e isolamentos obrigatórios para milhões de pessoas, ao mínimo surto registado. Após uma vaga de protestos inédita no governo de Xi Jinping, incluindo na região altamente oprimida de Xinjiang, o regime decidiu então levantar todas as restrições.
No entanto, com uma população pouco vacinada e pouco exposta à doença e a novas variantes (especialmente à variante Ómicron), os chineses estão a ser duramente afetados pelo aumento exponencial de novos casos, e os hospitais estão sob enorme pressão. Apesar da forte censura estatal, há vários relatos de morgues completamente sobrelotadas e filas de pessoas para recolher os seus familiares.
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