Ocidente, "encabeçado" pelos EUA, "está a lutar" contra a Rússia

Sergey Lavrov lança farpas aos Estados Unidos, em nova entrevista.

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Notícias ao Minuto
28/12/2022 21:06 ‧ 28/12/2022 por Notícias ao Minuto

Mundo

Guerra na Ucrânia

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou, esta quarta-feira, que Henry Kissinger, antigo secretário de Estado norte-americano, admitiu abertamente que o Ocidente, liderado pelos Estados Unidos, está em guerra com a Rússia pela Ucrânia e acusou Washington de não permitir que Kyiv continue as negociações de paz, uma vez que ainda não "esgotaram" Moscovo, como os "americanos" desejam.

Lavrov fez estas e outras declarações numa entrevista ao programa Great Game, do Channel One, transmitida esta quarta-feira, segundo a agência estatal russa TASS.

Numa das partes da entrevista, Lavrov começou por referir que leu o artigo de opinião de Kissinger publicado na revista The Spectator, no passado dia 17 de dezembro.

"É surpreendente que ninguém tenha prestado atenção à frase mencionada neste artigo como algo natural. Diz o seguinte: 'duas potências nucleares contestam uma Ucrânia convencionalmente armada'", disse o diplomata russo.

É de realçar que em causa está a frase: "Enquanto os líderes mundiais lutam para acabar com a guerra em que duas potências nucleares disputam um país com armas convencionais, eles também devem refletir sobre o impacto desse conflito". 

"Provavelmente é um deslize freudiano, embora Henry Kissinger seja um homem sábio e não diga nada sem motivo. Mas é uma confissão aberta e franca de quem está em guerra com quem", disse o ministro russo, acrescentando que "o Ocidente coletivo, encabeçado pela potência nuclear - os Estados Unidos da América – estão a lutar" contra a Rússia.

Numa outra parte da entrevista, Lavrov afirmou ainda que os Estados Unidos não estão a permitir que Kyiv continue a negociar com Moscovo, esperando esgotar a Rússia.

"Agora todos estão a falar novamente sobre a necessidade de negociações, mas eles acusam-nos imediatamente de nos recusarmos a negociar, embora Putin tenha repetidamente dito que não há propostas sérias", afirmou Lavrov. "O exemplo da reunião de Istambul mostrou claramente que, mesmo naquela época, os EUA disseram a Kyiv para se conter: 'Ainda não. Não esgotaram a Rússia na medida em que nós, americanos, consideramos suficiente'", acrescentou.

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