Ex-ministro é libertado depois de golpe de Estado frustrado na Gâmbia

O ex-ministro dos Assuntos Presidenciais do antigo ditador gambiano Yahya Jammeh, detido no dia em que as autoridades da Gâmbia anunciaram que um golpe de Estado tinha sido impedido na véspera, foi libertado incondicionalmente, anunciou esta sexta-feira o seu advogado.

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Lusa
30/12/2022 18:23 ‧ 30/12/2022 por Lusa

Mundo

Gâmbia

Momodou Sabally, um dos líderes do principal partido da oposição, o Partido Democrata Unido (UDP), foi detido, em 21 de dezembro, depois de aparecer num vídeo que sugeria que o Presidente seria derrubado antes das próximas eleições locais. Desde então, o seu partido tem exigido a sua libertação imediata.

"Sabally foi libertado, e estou feliz por ele ter sido libertado. Ele não cometeu qualquer infração, pelo que a sua detenção contínua é ilegal e uma violação dos seus direitos humanos fundamentais", disse o seu advogado Abdoulie Fatty à agência France-Presse (AFP), acrescentando que não tinha sido deduzida qualquer acusação contra o antigo governante.

"A polícia e o Ministério da Justiça abriram um mau precedente" ao detê-lo sem razão, considerou Fatty, antes de afirmar que a detenção do seu cliente fazia lembrar os dias obscuros do regime de Yahya Jammeh (1994-2017).

Uma comissão de inquérito, que deverá apresentar um relatório dentro de um mês, foi criada na terça-feira na Gâmbia para investigar a alegada tentativa de golpe de Estado, a última na África Ocidental desde 2020, após dois golpes bem sucedidos no Mali e no Burkina Faso, outro na Guiné, e uma tentativa na Guiné-Bissau.

Sete soldados foram presos em ligação ao caso.

A eleição surpresa de Adama Barrow para a Presidência em janeiro de 2017 pôs fim a duas décadas de Governo autocrático no pequeno e pobre país de dois milhões de pessoas.

Barrow ganhou um segundo mandato com uma larga margem em dezembro de 2021, numa eleição presidencial que marcou a primeira transição aberta na antiga colónia britânica desde o fim da ditadura.

Leia Também: União Africana e CEDEAO condenam alegada tentativa de golpe na Gâmbia

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