Momodou Sabally, um dos líderes do principal partido da oposição, o Partido Democrata Unido (UDP), foi detido, em 21 de dezembro, depois de aparecer num vídeo que sugeria que o Presidente seria derrubado antes das próximas eleições locais. Desde então, o seu partido tem exigido a sua libertação imediata.
"Sabally foi libertado, e estou feliz por ele ter sido libertado. Ele não cometeu qualquer infração, pelo que a sua detenção contínua é ilegal e uma violação dos seus direitos humanos fundamentais", disse o seu advogado Abdoulie Fatty à agência France-Presse (AFP), acrescentando que não tinha sido deduzida qualquer acusação contra o antigo governante.
"A polícia e o Ministério da Justiça abriram um mau precedente" ao detê-lo sem razão, considerou Fatty, antes de afirmar que a detenção do seu cliente fazia lembrar os dias obscuros do regime de Yahya Jammeh (1994-2017).
Uma comissão de inquérito, que deverá apresentar um relatório dentro de um mês, foi criada na terça-feira na Gâmbia para investigar a alegada tentativa de golpe de Estado, a última na África Ocidental desde 2020, após dois golpes bem sucedidos no Mali e no Burkina Faso, outro na Guiné, e uma tentativa na Guiné-Bissau.
Sete soldados foram presos em ligação ao caso.
A eleição surpresa de Adama Barrow para a Presidência em janeiro de 2017 pôs fim a duas décadas de Governo autocrático no pequeno e pobre país de dois milhões de pessoas.
Barrow ganhou um segundo mandato com uma larga margem em dezembro de 2021, numa eleição presidencial que marcou a primeira transição aberta na antiga colónia britânica desde o fim da ditadura.
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