Estado do Alabama aprova porte de arma escondida sem certificado
Os detentores de armas de fogo poderão andar a qualquer momento com um revólver, sem necessitarem de apresentar uma revisão ao seu perfil. A medida foi promovida pela associação nacional de armas.
© Reuters
Mundo Estados Unidos
O estado norte-americano do Alabama vai permitir que, a partir do dia 1 de janeiro de 2023, os seus habitantes possam ter uma arma de fogo consigo escondida, sem necessitarem de andar com uma licença de porte de arma escondida ou sequer uma verificação de antecedentes criminais.
Quem defende o porte de arma sem quaisquer condições, defende uma visão muito ortodoxa da Segunda Emenda da Constituição, que data de 1791 e que, apesar de nunca ter sido criada prevendo o desenvolvimento das armas de fogo avançadas que existem no século XX, declara que qualquer cidadão tem o direito a proteger-se com o recurso a armas.
A medida foi fortemente apoiada pela National Rifle Association (NRA, do inglês 'Associação Nacional de Armas'), uma organização de lóbi conhecida por investir muito em legisladores republicanos e conservadores que promovem medidas legislativas pró-armas de fogo (especialmente leis que possibilitem a uma maior proliferação de armas).
No entanto, as autoridades policiais do Alabama opuseram-se fortemente à lei, argumentando que a verificação de antecedentes e a obrigação de ter uma licença de porte de arma ajudaria a polícia na segurança contra o crime armado.
Com a aprovação da medida no Alabama, são agora 25 os estados norte-americanos que permitem que um proprietário de uma arma a possa carregar escondida, sem qualquer documento.
Os republicanos no estado, um dos mais conservadores dos Estados Unidos, já queriam aprovar a medida há muitos anos, mas até agora não tinham contado com uma maioria parlamentar suficientemente grande. Antes, vários conservadores não eram a favor da medida, mas garantiram que, agora, o estado está em condições de garantir que pessoas perigosas não tenham acesso a armas de fogo.
O Partido Republicano conseguiu ainda aprovar a legislação no último plenário do ano, e o documento foi rapidamente assinado pela governadora Kay Ivey, uma fervorosa apoiante de Donald Trump, que ainda defende teorias da conspiração sobre fraude eleitoral em 2020, e cujo mandato tem sido marcado por graves ataques contra minorias étnicas de género (sendo responsável por uma das medidas mais restritivas no que diz respeito aos direitos, à saúde e à vida em sociedade da comunidade LGBTQ+).
A facilidade com que os norte-americanos conseguem adquirir armas de fogo tem sido um dos principais pontos criticados pelos democratas que, após cada massacre escolar ou cada tiroteio, salientam que essa é a razão pela qual os Estados Unidos assistem a tantos ataques com armas de fogo.
No Texas, por exemplo, o massacre na escola de Uvalde surgiu poucos meses depois de o governador republicano Greg Abbott ter levantado várias restrições ao porte de arma no estado. O atirador acabou por ser um jovem de 18 anos, que adquiriu uma arma semiautomática no dia em que atingiu a maioridade, menos de uma semana antes do ataque que fez mais de 20 mortos.
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