Centenas de pessoas reuniram-se, este sábado, para celebrar o Natal Ortodoxo na Ucrânia, enquanto decorre o cessar-fogo anunciado por Moscovo, que entretanto foi quebrado.
A pedido da Igreja Ortodoxa (autocéfala) da Ucrânia, foi celebrado o Natal na Catedral Pechersk Lavra, em Kyiv, depois de o Estado ucraniano ter retomado o edifício. Foi a primeira vez em 300 anos que se ouviu uma missa em ucraniano no local.
O ministro da Cultura da Ucrânia tinha declarado, na quinta-feira, a retoma da Catedral, que tem servido como sede da Igreja Ortodoxa Ucraniana sob jurisdição do Patriarcado de Moscovo.
Residentes e convidados da cidade de Lviv celebraram o Natal de acordo com o calendário juliano e ouviram canções de Natal interpretadas por grupos de teatro, em Lviv, Ucrânia.
Na cidade de Kostyantynivka, na região de Donetsk, dezenas de pessoas participaram numa missa para assinalar a véspera de Natal Ortodoxo. A missa foi realizada na cave da igreja e todas as janelas foram protegidas com sacos de areia.
Sublinhe-se que a maioria dos países ortodoxos, incluindo a Rússia e a Ucrânia, segue o calendário juliano, em que o Natal está previsto para 7 de janeiro.
Na quinta-feira, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, decretou um cessar-fogo de 36 horas entre o meio-dia de 6 de janeiro e a meia-noite de 7, em resposta ao apelo deixado pelo Patriarca Kirill, que pediu 'tréguas' para o Natal Ortodoxo.
Face ao anúncio, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de tentar "usar o Natal como disfarce" para deter o avanço de Kyiv e reagrupar as suas tropas.
As tréguas foram quebradas quando os dois países trocaram fogo de artilharia durante a madrugada e a manhã deste sábado.
Passou quase um ano desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, a 24 de fevereiro. Apesar do terror, alguns ucranianos continuam a procurar alguns momentos de normalidade, tal como ocorreu em Lviv, no oeste da Ucrânia, onde ocorreu uma celebração ortodoxa da véspera de Natal.
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