Manifestantes querem "tomar os três poderes" para "salvar o Brasil"

Manifestantes radicais que estão às portas do Palácio do Planalto em Brasília, onde apoiantes de Jair Bolsonaro invadiram a Esplanada dos Ministérios, disseram à Lusa que querem "tomar os três poderes" para "salvar o Brasil do comunismo".

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Miguel Mâncio
08/01/2023 20:15 ‧ 08/01/2023 por Miguel Mâncio

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"O nosso objetivo é tomar os três poderes, as sedes do executivo, o legislativo e o judiciário", contou Alexander, um jovem de 27 anos residente numa zona periférica de Brasília.

O jovem brasileiro disse ainda que este dia já estava a ser preparado há muito e que por isso a sua mãe e o seu pai chegaram no sábado para se juntarem a si "no grande dia".

"O nosso objetivo é a desordem", por isso "estamos quebrando tudo", disse à Lusa Priscila, que já se encontrava nos jardins no Palácio do Planalto, muito perto da rampa que Lula da Silva subiu há uma semana para se tornar o 39.º Presidente do Brasil.

Alexandre afirmou ainda que não tem receio da polícia, porque a impressão que é de que as autoridades "são patriotas e estão com o povo".

"Eu creio que a polícia esteja com o povo, salvo alguns policiais que são comunistas", frisou.

"Se houver uma convulsão social pode ser acionada a garantia da lei da ordem" e os militares tomam o poder, considerou.

Manifestantes apoiantes de Bolsonaro invadiram hoje o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF), sede do legislativo, executivo e do judiciário, num protesto violento na capital do Brasil.

A invasão começou depois de apoiantes radicais da extrema-direita brasileira apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas eleições em outubro passado, terem convocado um protesto para a Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

Apesar de a polícia militar de Brasília ter colocado barreiras de proteção, os "bolsonaristas" avançaram e furaram o cerco policial. Há imagens dos invasores dentro do salão verde do Congresso, e dentro e fora no Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF).

Antes da invasão, o ministro da Justiça do Brasil, Flávio Dino, afirmou ter conversado com governadores sobre as convocações dos protestos de "bolsonaristas" e disse esperar que a polícia não necessitasse de agir para conter atos violentos desses grupos.

Há imagens da barreira dos polícias na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, a ser "furada" pelos manifestantes vestidos de verde e amarelo. Os "bolsonaristas" arrancaram grades para entrar na Praça dos Três Poderes enquanto os agentes tentavam contê-los com 'spray' de gás pimenta.

A invasão no Congresso brasileiro lembra um ato semelhante ocorrido nos Estados Unidos da América por extremistas que apoiavam então o ex-presidente Donald Trump, derrotado nas urnas, antes da posse do atual chefe de Estado norte-americano, Joe Biden, em 06 de janeiro de 2021.

 Em vídeos que circulam nas redes sociais é possível ver os "bolsonaristas" pedindo intervenção federal dentro do Congresso. Muitos dos manifestantes que agem com violência estavam acampados na frente do quartel-geral do Exército, na capital do país.

Há informações de que cerca de quatro mil "bolsonaristas" chegaram a Brasília para este ato, convocados nas redes sociais por grupos de extrema-direita.

O Ministro da Justiça usou as redes sociais para dizer que "essa absurda tentativa de impor a vontade pela força não vai prevalecer. O Governo do Distrito Federal afirma que haverá reforços. E as forças de que dispomos estão agindo. Estou na sede do Ministério da Justiça".

Já há imagens também de elementos da cavalaria da Polícia Militar tentando dispersar parte da multidão que tenta invadir também o STF transmitidas pela rede de televisão brasileira GloboNews de um helicóptero nas quais é possível ver "bolsonaristas" invadindo a área externa do prédio do STF e reagindo à ação de polícias que tentam dispersá-los.

Há também imagens de manifestantes na área externa e dentro do Palácio do Planalto, sede do Governo brasileiro.

Leia Também: Manifestantes entram no Palácio do Planalto (e deixam destruição)

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