Nove dias depois da comunidade internacional assistir a uma celebração em Brasília, os olhos do mundo voltaram a virar-se para a capital brasileira, pelos piores motivos. Na tarde de domingo, as sedes dos três poderes do Estado - o Congresso, o Supremo Tribunal e o Palácio do Planalto - foram invadidas e atacadas por apoiantes de Jair Bolsonaro, depois de meses em que os mesmos pediram às forças armadas por um golpe do Estado que depusesse Lula da Silva.
Depois de alguma hesitação, o presidente acabou por decretar a intervenção federal até ao dia 31 de janeiro e, cinco horas depois, a situação foi dominada pelas forças de segurança. Foram detidas centenas de pessoas depois de horas de violência, de aparente conivência policial e de agressões a jornalistas.
Enquanto Lula da Silva condenou os atacantes num discurso inflamado, considerando os invasores "nazistas, fascistas e vândalos", o ex-presidente demarcou-se da violência e falou em acusações "sem provas".
Fora do Brasil, o Presidente da República criticou os eventos, enaltecendo que Portugal foi o primeiro país a contactar o Brasil para manifestar repúdio pela invasão.