"Tudo tranquilo", começa o áudio a que teve acesso o jornal Folha de São Paulo, no qual o número dois da Secretária de Segurança do Distrito Federal, Fernando de Sousa Oliveira, numa conversa com o governador.
A autoridade local afirmou que os apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro desciam de forma controlada e sob escolta policial do quartel-general do Exército para a Praça dos Três Poderes, onde invadiram e causaram grande destruição nos edifícios do Congresso, Palácio do Planalto (sede do Governo) e Supremo Tribunal Federal.
"Então, assim, está um clima bem tranquilo, bem ameno. Uma movimentação bem suave, e a manifestação totalmente pacífica. Até agora, nossa inteligência está monitorando, não há nenhum informe de questão de agressividade ligada a esse tipo de comportamento. Então, esse é o informe para o senhor. Tem aproximadamente 150 autocarros já no Distrito Federal, mas todo mundo de forma ordeira e pacífica", disse Sousa Oliveira.
Apoiantes do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro invadiram e vandalizaram no domingo as sedes do Supremo Tribunal Federal, do Congresso e do Palácio do Planalto, em Brasília, obrigando à intervenção policial para repor a ordem e suscitando a condenação da comunidade internacional.
A Polícia Militar conseguiu recuperar o controlo das sedes dos três poderes e nesta operação terão sido detidas pelo menos 300 pessoas.
A invasão começou depois de militantes da extrema-direita brasileira apoiantes do anterior presidente, derrotado por Lula da Silva nas eleições de outubro passado, terem convocado um protesto para a Esplanada dos Ministérios.
Entretanto, o juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes afastou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, por 90 dias, considerando que tanto o governador como o ex-secretário de Segurança e antigo ministro da Justiça de Bolsonaro Anderson Torres terão atuado com negligência e omissão.
O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, determinou intervenção federal na área de segurança pública de Brasília.
Leia Também: "É perturbador que militares assistam impávidos ao cerco das instalações"