"Esta decisão arbitrária constitui um novo obstáculo à liberdade de informação num país onde jornalistas independentes russos trabalham em condições cada vez mais difíceis", disse o diretor do Le Monde, Jerome Fenoglio, num artigo publicado no site do jornal, em francês e russo.
O diretor indicou que Quénelle passou mais de vinte anos na Rússia, primeiro a escrever para os jornais La Croix e Les Echos, antes de entrar no Le Monde.
Agora, depois da decisão de Moscovo, "pela primeira vez desde 1957, o Le Monde não pode ter um correspondente em Moscovo", salientou o diretor, que considera a situação "sem precedentes", já que "mesmo nos momentos mais tensos da Guerra Fria" o jornal pôde continuar a trabalhar na então União Soviética.
Fenoglio acrescentou que as autoridades russas reconheceram à diplomacia francesa que o cancelamento da acreditação de Quénelle foi interpretado como "retaliação" pelo facto de Paris não ter concedido visto de imprensa a "supostos jornalistas" do jornal Komsomolskaia Pravda, "próximo do Kremlin".
Segundo o Ministério dos Negócios Estrrangeiros, indicou o diretor, "os nomes propostos por Moscovo não eram de jornalistas, mas de agentes dos serviços secretos russos".
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