Guterres diz estar consternado com ataques em Brasília

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse hoje estar consternado com os incidentes ocorridos no Brasil, no domingo, e considerou que "os brasileiros estarão à altura da situação" e defendendo que deve haver consequências.

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© POOL / Photo News via Getty Images

Lusa
09/01/2023 15:59 ‧ 09/01/2023 por Lusa

Mundo

Brasil

"Estou chocado, mas confio no Brasil e nas suas instituições", disse o antigo primeiro-ministro português, à margem de uma conferência em Genebra sobre ajuda humanitária ao Paquistão.

"Os brasileiros seguirão em frente e estarão à altura desta situação", apontou, acrescentando que está confiante que saberão "lidar com esta situação com democracia e uma adequada prestação de contas".

Quem não respeitou a lei "deve sofrer as consequências", disse ainda, citado pela agência de notícias EFE.

Milhares de apoiantes do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro invadiram e vandalizaram no domingo a sede do Congresso Nacional e sucessivamente o Palácio do Planalto, sede do Governo, e o edifício do Supremo Tribunal Federal, na capital brasileira.

Os manifestantes avançaram e furaram as barreiras montadas pela polícia, e imagens dos invasores dentro do salão verde do Congresso, dentro e fora do Palácio do Planalto e do STF foram divulgadas nas redes sociais.

Os radicais, que não reconhecem o resultado das eleições presidenciais de 30 de outubro, nas quais Lula da Silva derrotou Bolsonaro por margem estreita, pediram uma intervenção militar para derrubar o presidente brasileiro.

A polícia brasileira começou por usar gás lacrimogéneo para tentar, sem sucesso, travar os manifestantes, mas em seguida a Polícia Militar conseguiu recuperar as três instituições e desocupar totalmente a Praça dos Três Poderes, numa operação que resultou em pelo menos 300 detenções.

A invasão, condenada de imediato pela comunidade internacional, começou depois de militantes da extrema-direita brasileira - apoiantes do anterior presidente - terem convocado um protesto para a Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

Lula da Silva manteve hoje uma série de reuniões de alto nível no seu gabinete, o único local que foi poupado no domingo pela invasão.

O presidente optou por despachar a partir do seu gabinete no Palácio do Planalto para mostrar que os atos violentos dos radicais de extrema-direita não irão paralisar as instituições de poder.

Leia Também: ONU pede meios urgentes para a reconstrução do Paquistão

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