Em Kharkiv, ministra alemã promete enviar mais armas à Ucrânia

A ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha fez uma visita surpresa à cidade de Kharkiv.

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Notícias ao Minuto com Lusa
10/01/2023 16:51 ‧ 10/01/2023 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

A ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Annalena Baerbock, fez, esta terça-feira, uma visita surpresa à cidade ucraniana de Kharkiv e prometeu enviar mais armas ao país. 

“Esta cidade é um símbolo da absoluta insanidade da guerra de agressão russa na Ucrânia e do sofrimento interminável com que as pessoas, especialmente aqui no leste do país, são confrontadas todos os dias”, disse a ministra, citada pela Sky News.

Baerbock, que esteve reunida com o seu homólogo ucraniano Dmytro Kuleba, afirmou ainda que a Alemanha, “enquanto governo, quer fazer ofertas muito concretas à Ucrânia, a fim de progredir no reforço do Estado de direito, de instituições independentes e da luta contra a corrupção”.

Na rede social Twitter, Kuleba assinalou a visita e afirmou “não ter dúvidas de que mais ajuda militar alemã virá”. “Hoje, Annalena Baerbock e eu visitámos Kharkiv, onde a Rússia causou enorme sofrimento. Kharkiv é agora um símbolo de contra-ofensivas ucranianas bem sucedidas que provam que a Ucrânia vencerá com apoio suficiente dos parceiros. Não tenho dúvidas de que mais ajuda militar alemã virá”, escreveu.

 

Num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão realça que Annalena Baerbock foi convidada pelo homólogo "e amigo" Dmytro Kuleba, tendo declarado, já em Kharkiv, que a população ucraniana "pode contar" com o "apoio e solidariedade" da Alemanha no que diz respeito ao fornecimento de geradores, transformadores, combustíveis ou mantas para sobreviver ao inverno rigoroso.

A visita de Baerbock só foi tornada pública quando ela já estava no comboio de regresso à Alemanha por questões de segurança.

Muitos líderes ocidentais estiveram na Ucrânia desde a invasão russa em 24 de fevereiro, incluindo o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o Presidente francês, Emmanuel Macron. No entanto, nenhum chegou ao extremo leste, onde as tropas russas tomaram vários territórios.

Kharkiv foi alvo de vários bombardeamentos no início do conflito, mas as forças ucranianas conseguiram defendê-la. Atualmente, a frente de combate já se afastou e está agora a cerca de 130 km da cidade.

A Ucrânia, garantiu a chefe da diplomacia alemã, pode também contar com a entrega das armas de que necessita "para libertar os concidadãos que ainda sofrem com o terror da ocupação russa".

Após longos meses de hesitação, a Alemanha anunciou recentemente o envio de 40 veículos blindados Marder, até a primavera, embora Kyiv continue a exigir entregas de tanques de guerra alemães do tipo Leopard. 

Dentro da coligação de Olaf Scholz, os Verdes (partido de Baerbock) e os Liberais também estão a exigir ir mais longe no apoio militar a Kyiv.

Baerbock falou também sobre o processo de adesão da Ucrânia à União Europeia (UE).

A Ucrânia, juntamente com a Moldávia, recebeu o estatuto de candidato à UE em junho, mas representantes de vários Estados-membros já os haviam alertado para não terem ilusões quanto a uma adesão rápida.

"É importante para mim que não percamos de vista o lugar da Ucrânia na nossa família europeia, mesmo neste inverno de guerra. Os ucranianos também lutam todos os dias pelo direito de viver de forma independente. Eles veem o seu futuro na Europa, na UE", insistiu Baerbock.

O Governo alemão, sublinhou a chefe da diplomacia alemã, "pretende fazer ofertas muito concretas a Kyiv de modo a avançar no reforço do Estado de direito, das instituições independentes e na luta contra a corrupção".

Esta é a terceira vez que Baerbock visita a Ucrânia desde o início da invasão russa, depois de passagens por Kyiv e Bucha, cidade perto da capital ucraniana onde as tropas russas são acusadas de terem cometido numerosos crimes de guerra.

O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.

A ONU confirmou que cerca de sete mil civis morreram e mais de onze mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.

Leia Também: Tropas ucranianas iniciam treino de mísseis Patriot já na próxima semana

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