Igor Girkin, ex-oficial do FSB (Serviço Federal de Segurança da Federação Russa), que passou vários meses ao lado das forças pró-russas, no Donbass, deu a entender que apoiaria a destituição do presidente russo, Vladimir Putin, de acordo com a mais recente atualização do Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês).
Esta é a critica "mais direta" de Girkin a Putin até então, apesar de o influente nacionalista russo já ter apontado críticas à forma como está a ser conduzida a guerra.
Girkin criticou especificamente Putin por "nomear e se recusar a demitir líderes militares russos que supervisionam falhas militares frequentes e desastrosas, em referência à nomeação de Lapin", indica o ISW, que se refere ao facto de a Rússia ter nomeado o coronel-general Alexander Lapin como chefe do Estado Maior das Forças Terrestres Russas, apesar das fortes fortes críticas de que este foi alvo pelo seu desempenho nas operações militares na Ucrânia.
O ISW sublinha que bloggers como Girkin "têm criticado historicamente os líderes militares russos e oficiais do Ministério da Defesa, ao mesmo tempo em que defendem Putin como um líder eficaz em tempos de guerra".
"Girkin estendeu suas críticas aos nomeados e conselheiros não militares de Putin cujas decisões afetaram negativamente o desempenho e o esforço de guerra da Rússia, observando que o fator comum entre esses líderes é a decisão de Putin de nomeá-los", lembra o Instituto.
"Girkin cedeu as suas críticas com uma lealdade implícita ao estado russo, suavizando o seu pedido para que Putin deixasse o cargo ao afirmar que é contra uma mudança de liderança presidencial durante a guerra, pois isso levaria a uma 'catástrofe' militar e civil", acrescenta, sublinhando que o russo disse esperar que as suas criticas "provoquem mudanças mesmo que tenham consequências 'suicidas'".
Recorde-se que Igor Girkin, também conhecido como 'Strelkov', é procurado pelas autoridades ucranianas e neerlandesas pela queda do voo MH17 da Malaysia Airlines, em 2014. Em dezembro, soube-se que regressou à Rússia, depois de quase dois meses ao lado das forças pró-russas, no Donbass.
Sublinhe-se que a guerra na Ucrânia dura há quase um ano e não se vislumbra o fim o conflito.
Leia Também: ISW nega que Rússia tenha controlo sobre todo o território de Soledar