Polónia disposta a dar tanques Leopard mediante "coligação internacional"
A Polónia está disposta a entregar à Ucrânia uma companhia de tanques Leopard, pretendidos desde há meses por Kyiv, no âmbito de uma coligação internacional, indicou hoje o Presidente polaco.
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Mundo Ucrânia/Rússia
"Uma companhia de tanques de assalto Leopard [14 blindados] será entregue no âmbito de uma coligação que está prestes a ser construída", declarou Andrzej Duda no decurso de uma conferência de imprensa conjunta com os homólogos ucraniano e lituano em Lviv, oeste da Ucrânia.
"Como sabem, é necessário preencher uma série de exigências formais, [obter] acordos, etc. Queremos antes de tudo que seja uma coligação internacional", disse o Presidente polaco.
O seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, considerou "muito positivo" o anúncio polaco e sublinhou que o seu país aguarda "uma decisão comum" de diversos países em relação aos tanques Leopard, de fabrico alemão.
"Um único Estado não nos pode ajudar, porque nos batemos contra milhares de tanques russos", insistiu.
"Penso que hoje vai surgir uma [decisão] positiva de outro Estado para nos fornecer tanques modernos de estilo ocidental", acrescentou sem designar o país.
O Presidente lituano Gitanas Nauseda anunciou por sua vez a entrega à Ucrânia de sistemas antiaéreos Zenit e as necessárias munições.
Na terça-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, pediu à Alemanha a entrega dos Leopard, por ocasião de uma visita a Kharviv (nordeste da Ucrânia) da sua homóloga alemã Annalena Baerbock.
"Quando mais tardar a decisão, haverá mais vítimas, mais mortos entre os civis", considerou Kuleba.
Na passada sexta-feira, o Governo russo condenou firmemente a anterior decisão da Alemanha de fornecer à Ucrânia veículos militares de transporte de tropas e um sistema antiaéreo 'Patriot', que considerou "um passo para a escalada do conflito".
Em comunicado, a embaixada da Federação russa em Berlim considerou que envio deste armamento pesado ultrapassa uma vez mais uma "linha moral", numa alusão à responsabilidade histórica da Alemanha pelos crimes cometidos pelos nazis contra os russos na Segunda Guerra Mundial.
Na passada quinta-feira, o Presidente dos EUA Joe Biden e o chanceler alemão Olaf Scholz declararam após um contacto telefónico que iriam fornecer pela primeira vez à Ucrânia veículos de combate de infantaria de fabrico ocidental.
O Governo alemão está disposto a enviar cerca de 40 Marder em finais de março. O treino de oito semanas dos soldados ucranianos nos veículos blindados vai decorrer na Alemanha.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus --, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.952 civis mortos e 11.144 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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