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Presidente italiano condena repressão no Irão perante novo embaixador

O Presidente de Itália, Sergio Mattarella, recebeu hoje o novo embaixador do Irão em Roma, Mohammad Reza Sabouri, e aproveitou a ocasião para expressar "firme condenação" à "brutal repressão" na república islâmica iraniana.

Presidente italiano condena repressão no Irão perante novo embaixador
Notícias ao Minuto

20:00 - 11/01/23 por Lusa

Mundo Irão

Num comunicado, a presidência italiana adiantou que o encontro decorreu no Palácio do Quirinal, em Roma, onde o diplomata se deslocou para apresentar as cartas credenciais a Mattarella.

Num breve encontro entre os dois, o chefe de Estado italiano expressou "a firme condenação" da Itália, bem como a "indignação pessoal" face à "brutal repressão às manifestações e as sentenças de morte e execuções de muitos manifestantes".

Mattarella exortou o novo embaixador a informar a posição italiana às autoridades do Irão, que passa pela "urgência do fim imediato da violência contra a população".

"O respeito com que Itália trata os seus parceiros internacionais e os seus sistemas jurídicos é limitado pelos princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos", sublinha-se na nota.

Com a repreensão transmitida ao embaixador iraniano em Roma, Itália junta-se a grande parte da comunidade internacional, sobretudo ocidental, entre eles Portugal, que também tem condenado as prisões, sentenças de penas de morte e execuções de manifestantes que protestam contra o regime teocrático do ayatollah Ali Khamenei.

Os protestos e manifestações foram desencadeados na sequência da morte, a 16 de setembro de 2022, da jovem curda Mahsa Amini, detida três dias antes pela polícia dos costumes por suposto uso indevido do 'hijab', o véu islâmico, violando desta forma o rígido código de vestuário imposto pelo Irão.

Nos últimos dias, Estados Unidos, União Europeia (UE) e mais de uma dezena de países europeus também chamaram os embaixadores ou encarregados de negócio iranianos para protestar e condenar a repressão imposta pelas autoridades iranianas.

O Irão soma já 18 condenações à morte e quatro execuções desde que se iniciaram os protestos.

Além disso, a forte repressão policial para tentar impedir as manifestações fez até agora mais de 500 mortes e quase 20.000 detenções em todo o país.

As autoridades enforcaram a 08 de dezembro Mohsen Shekari, de 23 anos, por ter "ferido um guarda miliciano islâmico (basiji) com uma arma branca, bloqueado uma rua e criado terror em Teerão".

Quatro dias depois, foi executado em público um segundo manifestante, Majid Reza Rahnavard, condenado pelo assassínio de dois agentes de segurança.

No sábado passado, foram executados Mohammad Mehdi Karami e Mohammad Hosseini pelo alegado assassínio de um guarda miliciano islâmico (basiji).

A União Europeia aprovou já três pacotes de sanções contra o Irão pelas execuções e pela repressão sobre os manifestantes.

Países como a França, Reino Unido, Alemanha, Noruega, Dinamarca, Bélgica e Países Baixos já convocaram os embaixadores do Irão nos seus países.

Leia Também: Presidentes da Rússia e Irão pedem aprofundamento da cooperação bilateral

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