A Rússia terá tentado colocar o ónus da responsabilidade por uma explosão no gasoduto Nord Stream sobre a Suécia. A informação é avançada pela agência Reuters, que diz que os russos alegam que a Suécia tem "algo a esconder".
A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, disse que o facto de a Suécia recusar envolver-se com os promotores russos, no âmbito das investigações sobre uma explosão nesse mesmo gasoduto, era "confusa". Por isso, alegou Zakharova, Moscovo tem o direito de saber os detalhes da investigação sobre as explosões, ocorridas em setembro passado.
É que, no âmbito das investigações às explosões, um dos 'pontos' quentes do conflito armado entre Ucrânia e Rússia, Moscovo sugeriu a Estocolmo a criação de uma investigação conjunta, mas tanto a Suécia como a Dinamarca rejeitaram qualquer intervenção russa.
“Talvez os investigadores russos, conduzindo uma investigação objetiva, possam chegar a uma conclusão inconveniente... sobre quem conduziu esse ato de sabotagem, terrorismo. Sobre quem pensou e quem o executou”, disse a porta-voz aos jornalistas numa conferência de imprensa na quinta-feira.
Na mesma, Zakharoza disse que a Suécia está a "esconder" factos e que as autoridades suecas "têm algo a esconder".
Tanto a Suécia como outros investigadores europeus asseguram que as explosões no gasoduto resultaram de ataques propositados, sem, no entanto, apontar dedos. Por sua vez, o Kremlin acusa sabotagem do Ocidente.
O gasoduto Nord Stream 2, que foi construído para levar gás da Rússia até à Alemanha, não chegou a entrar em funcionamento, como consequência da invasão russa da Ucrânia.
Desde o início da invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022, o mundo Ocidental avançou já com vários pacotes de sanções dirigidos ao Kremlin, de forma a limitar o financiamento da guerra que já causou a morte de mais de 6.900 civis, segundo dados das Nações Unidas.
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