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Novo subcomandante da Rússia na Ucrânia visita tropas na Bielorrússia

Uma delegação do ministério da Defesa da Rússia, liderada pelo novo subcomandante das forças russas na Ucrânia, o general e comandante do Exército Oleg Saliukov, inspecionou hoje o contingente russo estacionado na vizinha Bielorrússia.

Novo subcomandante da Rússia na Ucrânia visita tropas na Bielorrússia
Notícias ao Minuto

16:27 - 12/01/23 por Pedro Caldeira Rodrigues

Mundo Guerra na Ucrânia

"Inspecionaram unidades militares e formações da parte russa integrada no agrupamento regional de forças que estão instaladas nos polígonos das Forças Armadas da Bielorrússia", afirmou o ministério da Defesa bielorrusso no seu canal do Telegram.

Saliukov foi designado na quarta-feira subcomandante das forças militares russas que combatem na Ucrânia, a par do general Serguei Surovikin, chefe da Força Aérea russa, e de Alexei Kim, subchefe do estado-maior das Forças Armadas.

Os três estão sob as ordens de Valeri Guerasimov, atual chefe de estado-maior das Forças Armadas russas.

De acordo com o comando bielorrusso, no decurso da inspeção Saliukov controlou a qualidade dos cursos de preparação militar e elogio a disponibilidade dos militares para cumprir missões "com o objetivo de garantir a segurança militar da União Estatal" da Rússia e Bielorrússia.

O alto comandante militar foi informado dos relatórios elaborados pelos chefes das unidades militares russas e "reviu as condições de instalação dos efetivos, conversou com os militares e comprovou pessoalmente o alto nível de preparação dos combatentes".

"Os militares russos que integram o agrupamento regional das forças prosseguem o curso de preparação militar intensivo nos polígonos das Forças Armadas da Bielorrússia. Os exercícios estão a ser efetuado de dia e de noite", acrescentou o ministério da Defesa bielorrusso.

Ainda hoje, foi confirmada a chegada de novos contingentes militares russos à Bielorrússia, para além de diversos armamento e equipamento.

Recentemente, o secretário do Conselho de Segurança da Bielorrússia, Alexandr Volfovich, assegurou que o agrupamento militar regional possui "objetivos exclusivamente defensivos e a sua missão prioritária consiste na defesa das fronteiras ocidentais da União Estatal Rússia-Bielorrússia".

Recordou ainda que o envio deste agrupamento para território bielorrusso foi acordado em 2021 pelos presidentes da Bielorrússia, Alexandr Lukashenko, e da Rússia, Vladimir Putin.

"O agrupamento regional de tropas é um dos elementos de contenção estratégica. É um elemento que seguramente deve esfriar as mentes febris no ocidente no que se refere à sua política agressiva face à União Estatal", sublinhou.

Segundo o ministério da Defesa da Bielorrússia, a componente russa do agrupamento militar está integrado por pelo menos 9.000 militares, 170 tanques, 200 carros blindados e até 100 peças de artilharia com calibre superior a 100 milímetros.

"Se queres a paz, prepara-te para a guerra. Isto não foi inventado nem por mim nem por vós", assegurou recentemente Lukashenko, que não excluiu uma agressão contra o seu país, acusado de cumplicidade com a Rússia pela Ucrânia e pelos seus vizinhos Polónia e Lituânia.

As autoridades ucranianas têm excluído de momento um ataque a partir de território bielorrusso, como sucedeu no início da campanha militar russa na Ucrânia, ordenada por Putin em 24 de fevereiro de 2022.

A ofensiva militar causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus --, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.952 civis mortos e 11.144 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

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