"Inspecionaram unidades militares e formações da parte russa integrada no agrupamento regional de forças que estão instaladas nos polígonos das Forças Armadas da Bielorrússia", afirmou o ministério da Defesa bielorrusso no seu canal do Telegram.
Saliukov foi designado na quarta-feira subcomandante das forças militares russas que combatem na Ucrânia, a par do general Serguei Surovikin, chefe da Força Aérea russa, e de Alexei Kim, subchefe do estado-maior das Forças Armadas.
Os três estão sob as ordens de Valeri Guerasimov, atual chefe de estado-maior das Forças Armadas russas.
De acordo com o comando bielorrusso, no decurso da inspeção Saliukov controlou a qualidade dos cursos de preparação militar e elogio a disponibilidade dos militares para cumprir missões "com o objetivo de garantir a segurança militar da União Estatal" da Rússia e Bielorrússia.
O alto comandante militar foi informado dos relatórios elaborados pelos chefes das unidades militares russas e "reviu as condições de instalação dos efetivos, conversou com os militares e comprovou pessoalmente o alto nível de preparação dos combatentes".
"Os militares russos que integram o agrupamento regional das forças prosseguem o curso de preparação militar intensivo nos polígonos das Forças Armadas da Bielorrússia. Os exercícios estão a ser efetuado de dia e de noite", acrescentou o ministério da Defesa bielorrusso.
Ainda hoje, foi confirmada a chegada de novos contingentes militares russos à Bielorrússia, para além de diversos armamento e equipamento.
Recentemente, o secretário do Conselho de Segurança da Bielorrússia, Alexandr Volfovich, assegurou que o agrupamento militar regional possui "objetivos exclusivamente defensivos e a sua missão prioritária consiste na defesa das fronteiras ocidentais da União Estatal Rússia-Bielorrússia".
Recordou ainda que o envio deste agrupamento para território bielorrusso foi acordado em 2021 pelos presidentes da Bielorrússia, Alexandr Lukashenko, e da Rússia, Vladimir Putin.
"O agrupamento regional de tropas é um dos elementos de contenção estratégica. É um elemento que seguramente deve esfriar as mentes febris no ocidente no que se refere à sua política agressiva face à União Estatal", sublinhou.
Segundo o ministério da Defesa da Bielorrússia, a componente russa do agrupamento militar está integrado por pelo menos 9.000 militares, 170 tanques, 200 carros blindados e até 100 peças de artilharia com calibre superior a 100 milímetros.
"Se queres a paz, prepara-te para a guerra. Isto não foi inventado nem por mim nem por vós", assegurou recentemente Lukashenko, que não excluiu uma agressão contra o seu país, acusado de cumplicidade com a Rússia pela Ucrânia e pelos seus vizinhos Polónia e Lituânia.
As autoridades ucranianas têm excluído de momento um ataque a partir de território bielorrusso, como sucedeu no início da campanha militar russa na Ucrânia, ordenada por Putin em 24 de fevereiro de 2022.
A ofensiva militar causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus --, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.952 civis mortos e 11.144 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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