Democratas dos EUA pedem que Biden revogue visto diplomático de Bolsonaro

Dezenas de congressistas Democratas pediram hoje ao Governo dos Estados Unidos da América (EUA), presidido por Joe Biden, que revogue o visto diplomático ou qualquer permissão que o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro tenha para estar em solo norte-americano.

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© Andressa Anholete/Getty Images

Lusa
12/01/2023 18:25 ‧ 12/01/2023 por Lusa

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Em carta, os 46 congressistas Democratas também exigiram ao executivo que investigue qualquer ação que possa ter sido tomada nos EUA para ajudar ou coordenar a invasão dos edifícios dos três poderes brasileiros, que ocorreu no domingo em Brasília por apoiantes de Jair Bolsonaro.

"Não devemos permitir que Bolsonaro ou qualquer outro ex-funcionário brasileiro obtenha refúgio nos EUA para escapar da justiça por crimes que possam ter cometido" no Brasil, escreveram os congressistas na missiva.

Os legisladores asseguraram que o ex-presidente Bolsonaro entrou nos EUA com o visto A-1, que é concedido a diplomatas ou funcionários de um Governo estrangeiro.

"Como [Bolsonaro] já não é mais o Presidente do Brasil, nem exerce atualmente o cargo de funcionário público brasileiro, pedimos que seja reavaliada a sua situação no país para determinar se há base legal para a sua permanência e que revogue qualquer visto diplomático que possa ter", apelaram os congressistas.

O Governo norte-americano ainda não se pronunciou sobre qual estatuto legal que Bolsonaro mantém nos Estados Unidos.

No entanto, o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, disse na segunda-feira que as pessoas que entram nos EUA com um visto A-1 têm 30 dias para deixar o país se deixarem de fazer parte de um Governo.

"Se um titular de visto A não estiver mais envolvido em assuntos oficiais em nome desse Governo, cabe a esse titular de visto deixar os EUA ou solicitar uma mudança para outro estatuto de imigração dentro de 30 dias", disse Price.

Bolsonaro encontra-se, presumivelmente, no estado da Florida, para onde viajou em 30 de dezembro, dois dias antes do fim do seu mandato e da tomada de posse de Luiz Inácio Lula da Silva, que lhe sucedeu no cargo presidencial.

Segundo a imprensa brasileira, Jair Bolsonaro voltou para a casa onde está hospedado, em Orlando, na noite de terça-feira, após, segundo fontes familiares, ter sido internado com dores abdominais decorrentes do ataque com faca que sofreu em 2018.

Apoiantes do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro invadiram e vandalizaram no domingo as sedes do Supremo Tribunal, do Congresso e do Palácio do Planalto, em Brasília, obrigando à intervenção policial para repor a ordem e suscitando a condenação da comunidade internacional.

A Polícia Militar conseguiu recuperar o controlo das sedes dos três poderes, numa operação de que resultaram cerca de 1.500 detidos.

A Polícia Federal brasileira informou que cerca de 600 pessoas presas acusadas de participarem nos atos, na maioria idosos com mais de 65 anos, mulheres que têm filhos pequenos e pessoas com comorbilidades graves, foram libertadas para responder em liberdade.

A invasão começou depois de militantes da extrema-direita brasileira que apoiam o anterior presidente, derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de outubro passado, terem convocado um protesto para a Esplanada dos Ministérios, na capital brasileira.

Entretanto, o juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes afastou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, por 90 dias, considerando que tanto o governador como o ex-secretário de Segurança e antigo ministro da Justiça de Bolsonaro Anderson Torres terão atuado com negligência e omissão.

Torres é alvo de um pedido de prisão que ainda não foi cumprido por se encontrar em viagem aos EUA.

Leia Também: Diretor da CIA na Líbia para analisar desafios internos e regionais

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