Um antigo agente dos serviços secretos britânicos sublinhou, esta quinta-feira, que o líder do Grupo Wagner é um "potencial sucessor" do presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Em declarações à Sky News, Philip Ingram notou que Yevgeny Prigozhin "faz as suas próprias coisas". "São as tropas de Prigozhin que estão envolvidas no que temos ouvido sobre Bakhmut e Soledar", apontou.
O especialista referiu ainda que, apesar de no dia de hoje se falar da importância do novo comandante que visitou contingentes na Bielorrússia, e que foi colocado "acima do antecessor", existe uma 'carta branca' que pode ter o nome do líder do Grupo Wagner inscrito.
"Ele tem uma ligação direta com Vladimir Putin. Ele deveria, estritamente falando, estar a trabalhar sob a cadeia de comando militar, mas parece fazer a sua própria coisa", sublinhou.
Ingram indicou ainda que Prigozhin - que foi eleito a 'Pessoa do Ano' na categoria de 'corrupção' por um consórcio de jornalistas - está em "diversas áreas".
"É alegadamente um sucessor potencial de Putin, caso isso venha a acontecer - e tem sido abertamente crítico tanto de Sergei Shoigu [ministro da Defesa], como de [Valery] Gerasimov", o novo subcomandante russo.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas - 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa - justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.952 civis mortos e 11.144 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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