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Rússia elogia coragem do Grupo Wagner após críticas de Prigozhin

O Governo russo elogiou hoje a "coragem" dos combatentes do Grupo Wagner nos confrontos pela cidade de Soledar, no leste da Ucrânia, após críticas do líder deste efetivo paramilitar.

Rússia elogia coragem do Grupo Wagner após críticas de Prigozhin
Notícias ao Minuto

18:35 - 13/01/23 por Lusa

Mundo Ucrânia/Rússia

Em comunicado, o Ministério da Defesa referiu que a conquista de Soledar, que as autoridades de Kyiv negam, foi alcançada por "um agrupamento heterogéneo de tropas", mas o ataque direto às zonas residenciais de Soledar foi realizado "com sucesso" graças aos voluntários do Grupo Wagner.

Na alegada conquista das áreas residenciais de Soledar, a missão de combate "foi realizada com sucesso pelas ações corajosas e altruístas das unidades de assalto voluntárias da companhia militar privada Wagner", referiu a nota do ministério.

No mesmo comunicado, e ainda sobre a conquista de Soledar, o ministério esclareceu que "as missões incluíam, conforme relatado anteriormente, bloquear a cidade pelo norte e sul, isolar a área de operações, impedir que o inimigo movesse reservas para a cidade a partir de áreas vizinhas", bem como "o apoio de fogo da ofensiva por aeronaves de ataque ao solo e artilharia".

O pronunciamento das autoridades de Moscovo foi divulgado após o fundador do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, ter hoje denunciado que forças na Rússia estão a tentar "menosprezar os méritos" dos mercenários, por não terem mencionado o seu contributo para a alegada captura da localidade ucraniana de Soledar.

"Eles tentam constantemente 'roubar' a vitória dos mercenários Wagner e falam sobre a presença de alguém que não fica claro quem é, apenas para menosprezar os seus méritos", lamentou Prigozhin, na rede social Telegram.

Prigozhin e o Ministério da Defesa russo estão desalinhados há meses, desde que o líder do Grupo Wagner criticou a estratégia da campanha militar russa na Ucrânia e a liderança responsável pela sua organização, incluindo o novo chefe das Forças Armadas da Rússia na Ucrânia, Valeri Gerasimov.

Por várias vezes, Prigozhin sublinhou que, se não fossem os seus mercenários, a intervenção militar russa teria sofrido ainda mais reveses do que aqueles que já experimentou nos últimos 10 meses.

As declarações do líder do Grupo Wagner acontecem depois de o porta-voz do Ministério da Defesa, Igor Konashenkov, ter dito hoje, no seu relatório diário de guerra, que "na noite passada, 12 de dezembro, a libertação da cidade de Soledar foi concluída", sem fazer menção ao contributo do Grupo Wagner.

Konashenkov disse apenas que a captura de Soledar foi possível "devido aos constantes ataques terrestres e aéreos" do Exército e das unidades de artilharia de mísseis das forças russas.

A Ucrânia negou, por sua vez, a perda de Soledar para a Rússia e disse que os combates violentos prosseguiam na pequena cidade do leste do país.

"Ainda há combates violentos em Soledar", disse à televisão ucraniana o porta-voz do comando oriental do exército ucraniano, Sergei Cherevaty, citado pela agência francesa AFP.

Cherevaty alegou que as forças armadas ucranianas tinham a situação em Soledar sob controlo, mas admitiu que estão "em condições difíceis".

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

Leia Também: Líder do Grupo Wagner condena "menosprezo de méritos" dos mercenários

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