O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, usou o discurso noturno desta sexta-feira para atualizar a nação sobre os combates na região de Donetsk.
"A batalha por Bakhmut e Soledar, por Kreminna, por outras cidades e aldeias no leste do nosso Estado continua", destacou, acrescentando que "embora o inimigo tenha concentrado as maiores forças nessa direção, os nossos soldados - as Forças Armadas da Ucrânia, todas as forças de defesa e segurança - estão a proteger o Estado".
Após 324 dias de guerra "em grande escala", Zelensky apontou também mudanças por parte da Rússia, por debater-se "sobre quem deve receber o crédito por algum avanço tático".
"Este é um sinal claro de fracasso para o inimigo. E este é mais um incentivo para todos nós pressionarmos mais os ocupantes e infligirmos maiores perdas ao inimigo", disse o líder ucraniano.
Zelensky elogiou os combatentes na linha da frente, como a unidade "Kraken" por ações "decisivas para destruir o inimigo na área de Soledar", ou da Legião Internacional e da unidade "Shaman", que "defendem bravamente Bakhmut".
Mas destacou também as "outras frentes", expressando um reconhecimento aos elementos do Serviço de Inteligência Estrangeira da Ucrânia que "costumam ser completamente invisíveis e sobre os quais pouco se fala" mas que "tomam decisões muito importantes" para o país.
O discurso de Zelensky seguiu-se a um discurso no parlamento lituano na sexta-feira, onde disse que os próximos meses seriam "decisivos" para a guerra na Ucrânia.
O correspondente internacional da Sky News, Alex Rossi, que está no terreno perto de Soledar, referiu esta sexta-feira que é "quase certo" que a cidade está maioritariamente sob controlo russo, embora com haja "forças de resistência" ainda presentes.
Também o porta-voz do Estado-Maior do Exército ucraniano sublinhou esta sexta-feira que "a batalha por Soledar continua", contrariando uma vez mais o anúncio das autoridades de Moscovo da conquista da pequena cidade situada no leste da Ucrânia.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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