"A família de Alexei Navalny deixou claro que ele está muito doente e que está detido na prisão sem os cuidados médicos de que necessita", disse o enviado dos EUA para as alterações climáticas, falando no Fórum Global da Energia, organizado pelo Conselho Atlântico em Abu Dhabi.
John Kerry, secretário de Estado do Governo Obama, aproveitou o palco dos Emirados Árabes Unidos, país que tem servido, ao lado da Arábia Saudita, como mediador entre a Rússia e os Estados Unidos, especialmente desde a invasão russa da Ucrânia, em relação à qual estes países árabes adotaram uma posição equidistante.
"A todos, aos prisioneiros, se deve dar tratamento médico", disse Kerry no final do seu discurso no fórum.
Centenas de médicos assinaram esta semana uma carta aberta ao Presidente russo, Vladimir Putin, apelando ao fim dos abusos prisionais contra Navalny, que ficou doente depois de ter sido castigado novamente por mau comportamento.
O advogado de Navalny, Vadim Kobzev, disse há dois dias que o seu cliente não recebeu qualquer medicamento, à exceção dos antibióticos que lhe foram dados no dia anterior, quando a sua condição - febre e tosse - melhorou ligeiramente.
Os médicos recordam que Putin é o garante da Constituição Russa, cujo artigo 41.º estipula que "todos os cidadãos", incluindo os condenados, têm o direito a cuidados médicos.
Navalny, que já foi punido dez vezes desde que chegou em 2021 à prisão número 6 da região de Vladimir, disse no Telegram que foi enviado para a cela de punição a 31 de dezembro por se ter lavado fora do tempo.
O líder da oposição de 46 anos, que recebeu o prémio Sakharov do Parlamento Europeu no ano passado, acredita que o objetivo do serviço prisional é fazer adoecer o prisioneiro para que não tenha outra escolha senão cooperar.
Em novembro, o poder judicial russo rejeitou um recurso dos advogados da Navalny e manteve a sua sentença de nove anos de prisão por fraude e desprezo pelo tribunal.
Leia Também: Após pedido da Alemanha, Alexei Navalny é visto por médico na prisão